tag:blogger.com,1999:blog-79621525470854486912024-02-19T07:58:01.881-08:00Besteira qualquerIsabelahttp://www.blogger.com/profile/09322603453499615151noreply@blogger.comBlogger194125tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-47769719612254304762017-03-25T20:05:00.001-07:002017-03-25T20:05:59.621-07:00Vinte e cinco de março de 2017. Sábado, São Bernardo do Campo, ouvindo The Knife, Heartbeats.<br />
<br />
A vontade de gritar com alguém dizendo "Essa vida não é completamente maluca??!" é enorme. Uma taça de vinho com Heineken, S-ã-o B-e-r-n-a-r-d-o. Em menos de três anos eu fui pra Patagônia, pro Uruguay, Dinamarca, quem diria, Dinamarca, Itália e o caralho a quatro. Perdi a conta, literalmente, de todos os lugares onde estive. Esfolei a vida viajante até me cansar. Esgotei-me de tanto encanto.<br />
E aqui estou.<br />
Em São Bernardo.<br />
Foi como chapar com alguma droga pela primeira vez. A cabeça dá voltas e voltas, milhões de coisas acontecem e,<br />
de repente você está sóbria.<br />
Mas não é a mesma.<br />
Sabe que não é a mesma. Apesar de tudo ser igual.<br />
Você cresceu, ficou mais forte. Ficou mais sensível.<br />
<br />
Foi como viver um livro do Murakami, ou do García Marquez. O mundo em suas mãos, tanto poder, para que mesmo?<br />
Aquele carequinha sábio que te contou que todo momento vazio era um momento lindo de criação. As lembranças são tão surreais que nem parece suas, parecem tiradas de algum filme cult que você assistiu na sua época adolescente.<br />
A solidão dói pra caralho, mas como qualquer outra tristeza, tu sabe que é tão passageira como a alegria.<br />
Menina, tu virou um brutamontes. Uma explosão de sentimentos, de vivências, de histórias pra se contar. Vai com força. <br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-83233999160782379662015-09-22T21:52:00.003-07:002015-09-22T21:52:44.822-07:00LindenbaumI<br />
<br />
Te encontro em uma bifurcação de estradas. Nas suas costas, um paredão de montanhas com curvas atraentes. Aquele frio que só a região andina permite: congela mãos e orelhas, te faz sentir mais vivo. Caminhamos por um caminho estreito, ora eu atrás de você, ora você atrás de mim. Poucas vezes caminhamos juntos, minha mirada em direção ao chão. Conversamos trivialidades, ainda que ambos sabemos que uma análise intensa de nossas personalidades está em jogo. Na verdade queria te perguntar: O que te faz sentir vivo? Você também vive todos os dias se distraindo de inseguranças e evitando momentos importantes? O que é coragem pra você? Será que eu sou agradável pra você como você é para mim?<br />
Nosso encontro acaba antes do que eu esperava e me custa entender o que aconteceu. Ao mesmo tempo, me sinto livre de pressões e isso te torna encantador. Quanto disso é você, quanto disso sou eu?<br />
<br />
II <br />
<br />
Vou ao cinema sozinha. Ignorei sua existência por vários dias, e entre 600 poltronas, você se senta justamente atrás de mim. Claro que tinha te visto entrar, mas fiz que não. Ironias da vida. Você até decide me cumprimentar. Te convido para uma cerveja? Melhor outro dia. Desculpa, não quero que carregues o peso das minhas expectativas.<br />
<br />
III<br />
<br />
Festa, fumaça, batuques. Essa banda que mistura Tame Impala com Devendra Banhart. Gosto. Mas já não tenho tanto saco para gritar quando quero conversar. Também não quero parecer ser o que não sou. Não sei dançar, por que não vamos para um lugar onde podemos falar de assuntos metafísicos? O show está bom, mas não estou interessada no show agora. Quantos litros de cerveja para... obrigada por elogiar meu cabelo, ainda que soe mecânico. Entendi a mensagem de que eu te agrado.<br />
<br />
Me apaixono no momento que me encontro com a sua estante de livros. É um ato erótico passar os dedos pelos seus títulos. Uau, você ainda tem CDs.<br />
Você tocando teclado nas minhas coxas. Quanta doçura na luz que atravessa suas cortinas Made in Finland e cai direto nas suas costas nuas. Quero te abraçar pelas próximas quarenta horas. Uma pena que seja domingo e você está ocupado com o mundo e não comigo.<br />
<br />
IV<br />
<br />
Gosto de te ver dançando aí em cima, um impulso que te sai de um momento para outro. Devo te contar que apesar da distância consigo perceber que você está me olhando. Que flerte timidamente deleitoso. Estou quase implorando para que deixes um pouco de espaço para eu me despir completamente.<br />
Um chá verde. Um programa de rádio. Seu senso de humor irônico me causa prazer, também. Será que é por que acabo de te conhecer? Será que, se fossemos obrigados a conviver em outras condições, gostaria tanto do seu silêncio? Posso te escrever uma carta contando como esses dias que passo com você me fazem bem?<br />
Meu deus, seus braços sob meu corpo. A voz do Sufjan Steven completa esse buraco gigante que é meu peito e sinto meu corpo vibrando. Suas paredes me engolem. Tenho que me despedir mas já quero voltar.<br />
<br />
V<br />
<br />
Eu dividiria minha solidão todos os dias com alguém que me faz massa caseira com cogumelos. Fio por fio, cogumelos cuidadosamente cortados pela faca afiada. Esse vinho me faz querer grudar no seu corpo e te afogar de mim. Agora eu vou te perguntar: vai sentir minha falta quando eu for embora? Esses dias curtos foram maravilhosos para você como foram para mim? Qual caminho eu tomo pra te atingir direto por dentro? Você aceita me amar eternamente nas minhas condições itinerantes? Não, vamos ver esse desenho animado freak e aproveitar esse último momento dissimulando que não estou fervendo por todos os poros.<br />
Odeio seu despertador. O Murakami não me respondeu. Algumas horas atrás, você deitou sob meu peito e tive a impressão de que tentava escutar meu coração. Será que você busca as mesmas respostas que eu? Estamos mesmo tão conectados ou é coisa de momento? Esse instante é tudo que temos. Eu escreveria em vermelho nas suas paredes que sou capaz de te amar até o último dia da minha vida. Lide com essa intensidade que você provocou.<br />
<br />
VI<br />
<br />
Tudo termina com uma despedida frouxa e um riso nervoso da sua parte. Minha imaginação corre ridiculamente pelos filmes do James Cameron onde um impulso de coragem resgata uma idéia já fadada ao fracasso. Mas esse encontro tá muito mais para filme do Angelopoulos do que eu posso controlar. Deixemos tudo para depois, talvez em alguma realidade paralela eu posso acordar todos os dias com seus cabelos ruivos preenchendo a minha primeira visão do dia. Talvez essa incerteza é o que te torna tão irresistível.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-52550746266396178632014-08-24T09:30:00.001-07:002014-08-24T09:47:31.830-07:00Sobre nosso dom de se meter em confusão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghw3fvEIttnTp4yJwJaDecSSsDN173F0pJ-DDiD_GQ83ZJtYwFNVJNhsCunLl8WmSZGociAZFfTnDF2Y2R3GQzGmQrAZBKgdi7u31da53k02dW6V69vzBtyqdqDW__B5kNmxD_3q4n8MtQ/s1600/886838_4778513617165_2040479261_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghw3fvEIttnTp4yJwJaDecSSsDN173F0pJ-DDiD_GQ83ZJtYwFNVJNhsCunLl8WmSZGociAZFfTnDF2Y2R3GQzGmQrAZBKgdi7u31da53k02dW6V69vzBtyqdqDW__B5kNmxD_3q4n8MtQ/s1600/886838_4778513617165_2040479261_o.jpg" height="426" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
- O momento é ótimo para colocar os pingos nos "i"s, diz no meu horóscopo.<br />
- Aí, aproveita.<br />
<br />
Estavamos sentados nessas mesas de alumínio com propaganda de cerveja. Meu olhar ia do jornal para o mato espesso da Reserva, ziguezagueando meio ansioso. Era um dia quente e úmido, como costumava ser em Buenos Aires, céu azul e sem nuvens.<br />
<br />
- Tem algo sádico em ler horóscopo, pelo menos da minha parte. Sempre leio com ironia. Até tento levar a sério, mas é impossível. Colocar pingos nos "i"s. Como pode ser um bom momento pra isso? Se os "i"s ficaram sem pingos, é porque nunca é um momento agradável pingá-los. Entende o que eu quero dizer?<br />
<br />
- Sim. É, acho que a idéia é mais... te dar uma idéia do que fazer no dia. É coisa de gente desocupada que não tem o que fazer.<br />
<br />
Fiquei encarando-o esperando mais filosofias baratas. Ele não estava muito interessado. Respirei fundo, fechei o jornal, encarei o horizonte largo da Reserva. Gostava de olhar as árvores distantes que se pareciam com brócolis daquela distância. Houve um momento de silêncio e eu quis puxar mais assunto.<br />
<br />
- Colocar pingos nos "i"s. Sabe o que eu acho que eu deveria fazer? Deveria parar de ouvir música por um tempo. - Ele me olhou assustado esbugalhando os olhos na minha direção, como se eu estivesse falando algo realmente incompreensível e imperdoável. Me adiantei em me explicar. - Você sabe, pra esquecer tudo isso. Não sei, tenho a impressão de que é tudo culpa das músicas. Tem sido um martírio escutar as músicas dele, e eu não consigo me concentrar em outra coisa que não o evoque. Talvez se eu parasse de escutar, ficaria mais racional, menos idiota. Quero provar. - acendi um cigarro.<br />
- Tanto assim você gosta dele? Pensei que fosse mais uma das suas paixões efêmeras.<br />
- E é. Justamente estou tratando de fazê-lo evaporar.<br />
<br />
Encaramos as árvores outra vez. O ar quente e úmido dava uma impressão mais pesada para a conversa. Provavelmente iria chover, à noite, no domingo. Era como se estivessemos agarrados em um líquido grosso e espesso que nos impedia de ser leves e fluídos. Ele olhou de canto de olho pra mim, eu sorri.<br />
<br />
- Onde nos metemos hein?<br />
- Somos bons em se meter em confusão.<br />
<br />
Levantei e me espreguicei. Pessoas passavam correndo, de bicicleta, conversando animadamente umas com as outras. Crianças, cachorros, famílias inteiras. Ninguém via a gente.<br />
<br />
- Acho que seria uma bosta se eu tivesse vivendo isso sozinha. Estar metida nessa novela mexicana com você faz tudo parecer menos dramático, menos horrível. O dia que você quis ir embora foi horrível, me senti gosmenta. Mas aí você voltou, e ficou tudo bem. Quero dizer, nada está resolvido, mas o fato de você estar por perto fazem as coisas serem melhores. Que bom que a gente tem amigos nessa vida, mano.<br />
<br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-61366394047788507902014-07-25T04:43:00.003-07:002014-07-25T04:43:49.360-07:00Rascunho de um desencontro<div>
<div>
Por centenas de dias, ela esperou. Como guardas de rua
desastrados, loucos para chegar logo o outro dia, loucos para chegar o
fim da semana, loucos para que algo aconteça nas suas tristes vidas de
guardiões. E o mais curioso, ela não era do tipo que espera. Toda sua
vida foi aquela pessoa inconsequente que age sem pensar e passa boa
parte do resto da vida consertando erros por aí, remendando vidros
rotos.</div>
Ela esperou, mas não houve nenhuma reação. Não da parte
dele, e dentro da cabeça dela ela armou dezenas de explicações para si
mesma, todas culpando a si mesma. </div>
Me deprimia um pouco
assistir isso acontecendo com pessoas tão boas. Um verdadeiro
desencontro, assim quero acreditar. Talvez as magias que regem o mundo
estejam focadas em alguma outra coisa nesse momento. <br clear="all" />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-42858463460876710392014-06-26T21:27:00.000-07:002014-06-26T21:27:28.421-07:00Todos esses prédios cobrindo o céuSão quase uma da manhã, amanhã acordo as cinco. Vivo nesse desespero de parecer que o tempo não é suficiente para cumprir nada. Passo a maior parte dele divagando sobre como as coisas são, isso de uns seis meses para cá. É uma sensação de que é necessário mudança. Fase passageira. Qualquer hora a vida para em mais um semáforo, mas nesse momento exato, é como se estivesse em uma estrada de terra, que eu não sei onde vai dar.<br />
Sinto falta de alguém que me entenda por completo. Alguém para entregar minhas divagações e ao invés de analisá-las e postular seus pontos críticos e as fraquezas dos meus argumentos, assente como quem entende o que eu quero dizer. Se identifica. Tá cada vez mais difícil se identificar. E também se expressar. Meu português já não é o mesmo, mistura com o espanhol que é bem confuso. Além dos meus pensamentos em inglês que não consigo traduzir. Como será que os poliglotas pensam? <br />
Uma hora atrás eu terminei de ler Minha querida Sputnik. O livro veio à mim do Brasil, na mochila de um amigo que o estava lendo e acabou deixando comigo. Escreveu: " para minha própria Sputnik oriental, que por um breve instante encontrei do outro lado do espelho tela". Não sei muito bem o que ele quis dizer com isso. Não sei se teve pretensão de, realmente, dizer alguma coisa.<br />
O livro foi uma sacudida. Ultimamente tem sido assim. Os livros, os filmes, as músicas me sacodem, me dão calafrios, me deixam aérea por horas. Desde muito isso não acontecia. É como se o a realidade fosse um adesivo pegado ao corpo e mente, mas a cola ficou gasta e a gente tenta forçar um pouco a cola, mas não cola do mesmo jeito.<br />
Penso muito na Bia e no que ela é para mim. Ontem ela me escreveu dizendo que está vendendo todas as suas coisas em São Carlos para vir pra cá. Me dá frio na barriga, ter a Bia por perto é certeza de que algo vai acontecer. Perto da Bia eu me sinto meio covarde, mas isso é outra história que fica para depois.<br />
Penso muito na Bia e na idéia de ir para as montanhas. A primeira vez que isso me ocorreu foi uma hiperbole que saiu, mas que o tempo foi dando sentido. Eu sei que eu não conseguiria ficar aí isolada de tudo e todos por muito tempo. Mas que viria a calhar estar longe de tantas engrenagens por um tempo, viria. Cada dia que passa faz mais sentido, e eu sinto já como um impulso que deve ser cumprido. Vai chegar um momento onde eu não vou ter mais escolha: vou deixar meus livros, meu emprego, minha faculdade e me despegar dessa realidade. A cola já não está funcionando.<br />
É como se, ao colocar o despertador toda noite para as cinco da manhã, eu estivesse me programando para algo totalmente raso, hipocrita e vazio. A rotina é tão desprovida de significado que me dá vontade de sair rasgando tudo.<br />
Parece que estou dentro de uma idiossincrasia e por mais que tente explicar as outras pessoas do que se trata, não consigo. Mais frustração acontece.<br />
Todos esses prédios cobrindo o céu. Andar em túneis de concreto e ferro, participar de burocracias massacradoras. Como que isso faz sentido pra vocês?<br />
As vezes eu acho que é tudo culpa da minha infância fora do comum e do meu constante questionamento desde criança de como as coisas mais óbvias funcionam. Mas isso acontece com tanta gente, e quando chega a idade adulta, passam a entender e vivem em sociedade felizes em contentes. Onde elas encontraram significado?<br />
Outra vez, eu não me acho melhor que ninguém nem muito menos que eu estou certa. Essa é minha ótica de tudo isso. Eu tento escrever em uma tentativa de organizar as minhas idéias, quase sempre não funciona como organização, mas o registro serve para algo.<br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-31406978806747846362014-06-08T15:55:00.001-07:002014-06-08T15:56:05.297-07:007 filmes que eu recomendaria para qualquer pessoaSeja lá quem você for, não importa seu grau de cinefilia, você <u>tem</u> que gostar desses.<br />
Fiz essa seleção pensando nas pessoas que me pedem recomendações de filmes e eu sempre acabo recomendando um que vi recentemente, mas esses são os que todos precisam ver. Não vou falar muito sobre eles, é buscar e assistir. Lembrando que é sempre melhor ver no cinema, amiguinhos. Se aparece em uma mostra por aí, não percam.<br />
<br />
Uma vez um professor disse em aula que o cinema nos engrandece como seres humanos. Desde então, entre os créditos de um filme e outro, lembro dele e concordo sem pestanjear.<br />
<br />
1. <a href="http://www.imdb.com/title/tt0040522/?ref_=fn_al_tt_1">Ladrões de bicicleta - Vittorio de Sica</a><br />
Esse e Umberto D. do mesmo diretor.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDW0Ke8aZmwnPYZDdjd2-yZcIKeTKzMFkDMPgInh1gfprubq4NIw48AIYK-U2djFL2RbVafYB3YBf8-h8uWCYmyinMUdiqZB4Rj-fE-Q51Hza8AW_qJ8BN3j-VchKOcQvO4bGVKg26reg1/s1600/ladrc3b5es-de-bicicleta-cena1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDW0Ke8aZmwnPYZDdjd2-yZcIKeTKzMFkDMPgInh1gfprubq4NIw48AIYK-U2djFL2RbVafYB3YBf8-h8uWCYmyinMUdiqZB4Rj-fE-Q51Hza8AW_qJ8BN3j-VchKOcQvO4bGVKg26reg1/s1600/ladrc3b5es-de-bicicleta-cena1.jpg" height="400" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
2. <a href="http://www.imdb.com/title/tt1821549/?ref_=nv_sr_1">Nebraska - Alexander Payne</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxUcOPA4CEaXTfAen_byhizC5xsvlD3woEcjel4RNpjWZPzvb9vJg6ZBmumfQStgZyHMDgsU9MwbD4OMn43VqBgOPn-c6EI9ft7x2QGrmsR4uR6ru4XGSl1-pCJPAnTjnzUfl_N1CaQv6c/s1600/nebraska-bruce-dern11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxUcOPA4CEaXTfAen_byhizC5xsvlD3woEcjel4RNpjWZPzvb9vJg6ZBmumfQStgZyHMDgsU9MwbD4OMn43VqBgOPn-c6EI9ft7x2QGrmsR4uR6ru4XGSl1-pCJPAnTjnzUfl_N1CaQv6c/s1600/nebraska-bruce-dern11.jpg" height="426" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
3. <a href="http://www.imdb.com/title/tt0101765/?ref_=fn_al_tt_1">A dupla vida de Verónique - Krzysztof Kieslowski</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu503M-OAOfVZACtAzQmcH3roPOj6p3BntQeIykIBke_r-yc0dkg7UNHrqScTMA73d7WwdhJb5N9AfiEjsOu7Ibt9FwRosH06OvNM9-BDklGEDs9tiPjhquuNbQv8NLznc0uz4i9kJ2pEG/s1600/tumblr_ma99ynrbQv1rprfyeo1_1280.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu503M-OAOfVZACtAzQmcH3roPOj6p3BntQeIykIBke_r-yc0dkg7UNHrqScTMA73d7WwdhJb5N9AfiEjsOu7Ibt9FwRosH06OvNM9-BDklGEDs9tiPjhquuNbQv8NLznc0uz4i9kJ2pEG/s1600/tumblr_ma99ynrbQv1rprfyeo1_1280.png" height="392" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
4.<a href="http://www.imdb.com/title/tt0053198/?ref_=nv_sr_5"> Os Incompreendidos - François Truffaut</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
O clichê de todos os estudantes de cinema. </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmgGpPyWvMfM9GHQL6RYY8bb4JenE8OojhoF0VxJe2HRWmVcRsZIkeMZHWmnv7Dpd90zrKJtumIO98rdL3b6oPiq823ISc1pute9_CqMQ7FD9JLmK5eQnVxzHOAUek2bPNRjRyr3KVoI2z/s1600/136-Os_Incompreendidos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmgGpPyWvMfM9GHQL6RYY8bb4JenE8OojhoF0VxJe2HRWmVcRsZIkeMZHWmnv7Dpd90zrKJtumIO98rdL3b6oPiq823ISc1pute9_CqMQ7FD9JLmK5eQnVxzHOAUek2bPNRjRyr3KVoI2z/s1600/136-Os_Incompreendidos.jpg" height="360" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
5. <a href="http://www.imdb.com/title/tt0064541/?ref_=nv_sr_5">Kes - Ken Loach</a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQErUJQFI8CN9jzhD9fV4HGU_dT3aoGxCjv-kqcYIsG-4afo4ddyaX52iv8BOLkV1I4Q_EpYdjycnu8fAkOJydWDn2wo0C1wjqgi-acRJoP-MBpav_ZPIL5LqowwESdF362j-890-dHlYr/s1600/Kes-screen5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQErUJQFI8CN9jzhD9fV4HGU_dT3aoGxCjv-kqcYIsG-4afo4ddyaX52iv8BOLkV1I4Q_EpYdjycnu8fAkOJydWDn2wo0C1wjqgi-acRJoP-MBpav_ZPIL5LqowwESdF362j-890-dHlYr/s1600/Kes-screen5.jpg" height="436" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
6. <a href="http://www.imdb.com/title/tt0079944/?ref_=nv_sr_2">Stalker - Andrei Tarkovsky</a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw1L7RoYlKb3-cX0UwTOcyWFrvwQ0HQUFzOQttOEgcf2Q6UgXKHOo560AXvxjCvWpWq09T2nfbU0fmKrxeHpJzzfk-mu8fYN3xl79VJI_S91cL0t1Jtd9y2tnQ2UeAKSwwExXlMBMdRuxf/s1600/tarkovsky.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw1L7RoYlKb3-cX0UwTOcyWFrvwQ0HQUFzOQttOEgcf2Q6UgXKHOo560AXvxjCvWpWq09T2nfbU0fmKrxeHpJzzfk-mu8fYN3xl79VJI_S91cL0t1Jtd9y2tnQ2UeAKSwwExXlMBMdRuxf/s1600/tarkovsky.jpg" height="608" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
7. <a href="http://www.imdb.com/title/tt0093342/?ref_=fn_al_tt_1">Onde fica a casa do meu amigo - Abbas Kiarostami</a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIIbNjfJWjWNdSq3mGch6ceV7cGXmjOq1ott4Zno8_VWroqlqdQF9uAakH_FK2WVJudW-tEhyRUznfMZrmusVZEnaPPljGcBXBOEa12Qs01uhYavL3zFYxwxaPxBooKzVy6As2x5hzU9Dk/s1600/V3sO9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIIbNjfJWjWNdSq3mGch6ceV7cGXmjOq1ott4Zno8_VWroqlqdQF9uAakH_FK2WVJudW-tEhyRUznfMZrmusVZEnaPPljGcBXBOEa12Qs01uhYavL3zFYxwxaPxBooKzVy6As2x5hzU9Dk/s1600/V3sO9.jpg" height="384" width="640" /></a></div>
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<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-78480539081831736112014-06-04T18:11:00.000-07:002014-06-04T18:58:59.382-07:00Sobre monogamia e frustraçõesEu gosto da idéia de acordar do lado de alguém que não liga se eu estou com a cara toda amassada e inchada de sono, e sim contente pelo fato de acordar do meu lado. Gosto de me relacionar com alguém e chegar em um ponto onde eu sei todos os seus passos, sua maneira de pensar, qual restaurante ela vai querer comer e o que ela vai pedir. Sou uma fã incondicionavel da intimidade.<br />
<br />
Porém meus amigos mais intimos sabem que eu não concordo com a monogamia. Eu entendo e tento ao máximo respeitas as monogamias alheias, mas não entra na minha cabeça que algo tão espontâneo como gostar de alguém (por gostar entenda-se: admirar, sentir atração física, atração intelectual, querer ter uma pessoa do seu lado na vida, <u>querer algúem.</u>) possa acontecer uma só vez na vida e, no caso de mais de uma vez, sucessivas (entenda-se: tenho um relacionamento x. Meu relacionamento x acaba e, curiosamente, eu começo o z). Confessem, não é assim na prática. E digo na prática mesmo, porque na teoria, é uma verdadeira aberração. Esse mundo tá de ponta-cabeça em tantos sentidos e esse para mim é um dos mais óbvios. Ninguém ama uma só vez. Ninguém ama uma pessoa só. E mais do que tudo, ninguém é de ninguém.<br />
<br />
Sem sombras de dúvida, sinceridade é fundamental. Não consigo ver uma intimidade se desenvolvendo sem confiança, e para que isso aconteça, é necessário a sinceridade. <u>E tem coisa mais legal do que ter uma pessoa com quem você pode ser sincera sobre tudo? </u>Eu não consigo encontrar nada no mundo que seja mais legal do que sentar com essas poucas pessoas que a vida entrega pra gente onde você pode sentar e tirar todas as armaduras, todas as máscaras e se expor sem medo de ser rejeitado.<br />
<br />
Nisso tudo, eu comparo muito as relações amigos/as-namorados/as. Por que meus amigos podem ter outros amigos e seus respectivos namorados, maridos, casos e a pessoa que está comigo no momento não? Digo, existem pessoas que sentem ciúmes dos amigos do namorado, sério mesmo que vocês concordam com isso? Sério que meus amigos podem compartilhar suas existências (essa expêriencia de viver gente! Por que estamos aqui se não para experimentar?) com outras pessoas mas meu namorado não? Todo mundo já deve ter se questionado já sobre a bizarrice disso, <u>não</u>? E por que a gente continua concordando com isso? Eu chamo de protocolos sociais, estamos condicionados a viver em uma sociedade onde o bonito e o certo é ter um amor medieval, e vamos nos frustrar por isso, invariavelmente, e também vamos aceitar nossas frustrações porque é assim que fizeram nossos pais, avós e bisavós. E morreremos frustrados, carregando frustrações por gerações e mais gerações.<br />
<br />
Eu não estou propondo um bacanal mundial, não é isso. Na verdade é bem longe disso. Eu só gostaria que as pessoas se permitissem mais. Fossem, por mais paradoxal que possa ser, mais racionais em relação aos seus instintos. <u>Tudo isso em busca daquele momento onde você vai poder estar com uma pessoa e poder tirar todas as armaduras e ser você mesmo.</u><br />
<br />
Meu último relacionamento acabou porque não existia confiança dele para mim. E eu sempre soube, e tentei lidar com isso o máximo que pude, porque eu realmente gostava dele. Mas houve um momento onde tudo isso que eu escrevo foi notado por ele e ele perdeu totalmente a confiança em mim só pela idéia de eu não ser só dele. Só pela idéia mesmo, porque o meu medo de me interessar por outra pessoa e perdê-lo era tão grande que eu abdiquei de muitas coisas eliminando possibilidades de <u>errar</u> me interessando por alguém que não fosse ele. Resultado: duas frustrações. Por um lado, ele entrava em pânico em ambientes onde existiam outras pessoas além de mim e ele, e por outro, eu vendo tantas pessoas legais passando sem poder fazer nada. E não só as novas: deixei muitos amigos de lado. O bom é que com os nossos amigos não tem protocolo social, então quando tudo isso acabou vi que todos eles ainda estavam do meu lado.<br />
<br />
As pessoas me olham torto e fazem careta quando eu falo disso. Talvez você que esteja lendo nesse momento deve estar fazendo uma cara assim. Eu não sigo isso à risca e não sou uma pregadora do amor livre, não seria capaz. Mas acho que se questionar e tentar algo diferente são duas coisas essenciais para, talvez num futuro distante, um amor autêntico possa existir. Um ou vários. Só não queria chegar aos meus sessenta anos e me encontrar sentada no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar. <br />
<br />
Nota muito importante: eu não acho que minha maneira de pensar seja a certa. Eu inclusive cito meu último relacionamento porque eu tentei mostrar pra mim que poderia ser de outro jeito. Tampouco acho que minhas experiências sejam válidas para todo mundo, isso tudo é só sobre mim mesma.<br />
<br />
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-3287184170635909882014-03-19T15:26:00.002-07:002014-03-19T15:26:51.249-07:00Não tem jeito não, sou nômade.O <a href="http://composituego.blogspot.com.ar/">Mandu</a> e eu sempre que possível tentamos manter nossos blogs. Depois que a rotina te ataca, fica díficil escrever, pode ser falta de tempo, falta do que falar, falta de vontade ou as três coisas juntas. Aí vai uma tentativa de salvar nossas pequenas almas com sede de um pouco de literatura.<br />
<br />
Você me pergunta o que é lar pra mim. Logo eu, que nasci de uma cigana, que conheci quatro cantos do mundo antes de aprender a andar. Minhas memórias de infância se misturam com viagens longas, de caminhão ônibus carro avião a pé, na busca do tal lar. Olha, eu não tenho isso não. Minha casa vai comigo, onde eu vou. Minha casa sou eu mesma, minhas raízes estão espalhadas por todo o globo. Eu sou brasileira, filha de japonês, dizem que tenho avós com raízes indígenas, moro na Argentina e tô pensando em ir pra Berlim. Tenho sangue de todos os povos dentro de mim, tenho nenhuma e várias casas pra ficar. O lar, não entendo bem essa palavra não. Sabe que, essa vida nômade me trouxe várias consequências, já falei tanto sobre isso. Não entendo as pessoas, acho que isso vêm de elas terem o lar e eu não. Elas falam de tradição, não entendo tradição, não quero entender tradição, eu quis, mas não quis mais depois, me pareceu sem sentido. Não entendo a liberdade das pessoas, a minha eu gosto, e é aí que a gente briga, é quando a gente fala de liberdade.<br />
<br />
Essa coisa de amarrar coleira no pescoço das pessoas, dizer que é minha é meu. Não dá pra entender. Não dá pra entender querer passar toda a vida em uma mesma empresa que te trata como número. Ou querer ser número um de todos os números, é tão chocante pra mim.<br />
<br />
As vezes nem falo pra evitar briga, me chamam de louca quando falo que não quero comprar casa não, quero viajar só. Não quero família, não quero filhos, quero gente sim, quero muita gente, mas não pra chamar de meu minha.<br />
Aí eu fui pro Uruguai, por um pouco mais que três dias, te convidei até, e lá até pareceu lar, a areia, as pampas, os carneirinhos, o horizonte permanente, parecia tanto lar. Será que é assim?<br />
<br />
Aí você se explica melhor e me pergunta sobre o sentimento de lar. Sei lá eu, sabe que eu te contei, fui aí pra São Bernardo e nem parecia que tanto tempo tinha passado, pareceu só um fim de semana que a gente não se viu, esse sentimento é o lar, é saber que tenho pra quem voltar e não onde. É aquele lance do laço que te une a sua verdadeira família não ser de sangue, manja? Desculpa, não tenho lugar, não consigo achar um só. Ou são todos ao mesmo tempo ou não é nenhum.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-86414031454717355792013-12-05T02:18:00.003-08:002013-12-05T02:19:11.161-08:00FênixEu acho que o meu talento vem da capacidade de não se afogar em merda, e arranjar motivação do nada. Eu tenho algum tipo de força sobrenatural quando se trata de renascer das cinzas. Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-9096684535771336082013-06-28T19:24:00.001-07:002013-06-28T19:24:38.256-07:00O tempo é mesmo uma coisa louca.O tempo é mesmo uma coisa louca. As semanas vão passando e de repente já passou meses, e você continua tendo relapsos de lembranças daquela manhã, meio fria, mas quem se importa com o frio quando a batida do coração sai pela boca, o rosto corado, a minha carta na mão dele causando um riso, meio contrangido.<br />
É louco, de repende você se olha no espelho e não sabe mais quem você é. Eu mesma, perdida dentro de mim. Não sei o que estou fazendo aqui, acordando nesse banheiro desconhecido.<br />
O céu cinza me lembra São Bernardo. O céu que tantas vezes me pegou em um momento distraído, gargalhando entre amigos. Deitar na grama e olhar aquele céu branco e pastoso, sem fim.<br />
É louco, você lendo todos esses textos técnicos, milhares de fotocopias pela casa, e aquele raio de sol entra, te desconcentra, te leva para aqueles momentos dourados onde essa mesma luz dourada trouxe um pouquinho de harmonia. Bate até uma vontade de chorar, sem saber porquê, sem razão mesmo.<br />
De repente, muito de repente vem aquela música na cabeça. Quanto tempo faz que esqueci dela? Dois anos, três anos? Tanto tempo passou, tanta coisa aconteceu. Mas é, apesar de todo o rancor, dá vontade de dar um abraço nele, dizer pelo menos obrigada por me mostrar música tão linda, tão delicada. A parte onde eles cantam: cubro meus olhos e consigo te ver. Me passa um filme inteiro pela cabeça em dois segundos. Começo, meio e fim.<br />
Um dia, vou sentir saudades dos dias de hoje. Esses dias portenhos, caminhar por essas ruas retas e planas, escutar esse idioma que não é o meu, o céu azul fervendo no alto. Ir trabalhar de bicicleta e sentir um vento meio marítimo do rio de La Plata no rosto.<br />
Tenho até medo do que pode me atingir quando voltar a ver uma praia. Já passaram dois anos, nunca foi tanto tempo longe do mar. Só de pensar na areia e no som do mar que vai e vem, vai e vem, o gosto da água de coco, um violão as seis da tarde, só de pensar me causa medo.<br />
As vezes alucino, vejo pessoas que ficaram para trás nas ruas de Buenos Aires, olha só que loucura. Logo hoje pela manhã minha miopia me traiu (essa deve ser a função da miopia), quando te confundi com um cara que estava caminhando em minha direção. O sol ofuscou um pouco o rosto, mas pela silhueta jurava que era você. E ele me olhava, até alucinei um sorriso de reconhecimento. Senti até o sangue pulsando mais rápido, mas seria muito louco se você, caminhando na calçada de casa.<br />
O tempo é muito louco mesmo, me faz acreditar em coisas místicas do tipo acaso, do tipo era para ser, do tipo casual. Eu que virei a maior cética de todos os tempos. E pensar que houve um momento onde eu lia horóscopo todos os dias, rá! É bom que o tempo passe e apague as coisas tão estúpidas que vivemos um dia. E que apague tudo mesmo. Devia até apagar esse raio de sol, o céu cinza, a brisa do mar. É muito humano, e tanta nostalgia me dá vontade de fugir. Eu, que sempre estou fugindo.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-72363141635368098982013-03-26T20:04:00.001-07:002013-03-26T20:04:34.319-07:00Vai lá, abre a geladeira, come aquele coração, não, devora, aquele coração magro, que evitou tantos conservantes, tá quase apodrecendo, aproveita antes que estrague, mas devora, se não vai dar pra sentir a amargura, se não vai dar pra sentir as bordas que transbordam desilusão, vai devora, engole, pelo menos vai passar a fome.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-87295747879644569352012-12-24T11:49:00.001-08:002012-12-24T11:49:45.105-08:00<span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">Why won't you make up</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">your mind?</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">Give me a sign!</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">Why won't you make up</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">your mind?</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">Give me a sign!</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">Am I wasting my time?</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">Living in my head?</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">You'll be sorry when I make</span><br style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">up mine instead.</span><span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span><br />
<span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="font-family: DroidSansRegular, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">http://www.youtube.com/watch?v=1_Uk5SrE5tE</span></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-75678785119931362372012-12-24T10:05:00.001-08:002012-12-24T10:05:37.172-08:00cuarenta y tresPor lo general era muy desgraciado, eso no puede negarse, y también podía hacer desgraciados a otros, especialmente si los amaba y ellos a él. Pues todos los que le tomaban cariño, no veían nuca en él más que uno de los lados. Algunos lo querían como hombre distinguido, inteligente y original y se quedaban aterrados y defraudados cuando de pronto descubrían al lobo. Y esto era irremediable, pues Harry quería, como todo individuo, ser amado en su totalidad y no podía,por lo mismo, priincipalmente ante aquellos cuyo afecto le importaba mucho, esconder al lobo y repudiarlo. Pero también había otros que precisamente amaban en él al lobo, precisamente a lo espontáneo, salvaje, indomito, peligroso y violento, y a éstos, a su vez, les producia luego extraordinaria decepción y pena que de pronto el fiero y perverso lobo fuera además un hombre, tuviera dentro de sí afanes de bondad y de dulzura y quisiera además escuchar a Mozart, leer versos y tener los más decepcionados e irritados, y de este modo llevaba el lobo estepario su propria duplicidad y discordia interna también a todas las existencias extrañas con las que se ponía en contacto. Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-12228938194753534052012-12-14T23:42:00.000-08:002012-12-16T18:23:57.673-08:00Te vi llegar o fue otro sueño?Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-17456914234459519622012-12-14T23:10:00.000-08:002012-12-14T23:31:19.350-08:00Mais agora, por favor.Por favor, nunca mais me tire o direito de ser assim. Assim, inconsequente. Como quem não quer nada com nada. Não existe mais delicioso que ouvir essa música nova, sozinha, e sentir e sentir. Não me tire esse direito. Me deixa dançar, mesmo que seja feio. Me deixa beber vodka até vomitar-eu gosto. De estar em semi-transe, fora de mim, fora do controle. Já tem controle demais, a vida é muito curta. Me deixa fazer merda. Me deixa amar todo mundo. Me deixa achar que todo momento é mágico, e me deixa acreditar que não existe nada mais do que isso, porque apesar de toda a embriaguez, eu sei, não há.<br />
Me deixa abraçar, me deixa ter, sem ter que ter mais depois. Me deixa o momento e só isso. Nada mais que o momento, eu não quero mais. Mas quero que agora seja assim, tão intenso como parece ser. Por favor.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-10190427299232058672012-11-20T21:13:00.001-08:002012-11-20T21:13:39.428-08:00Estavamos escutando um álbum de José González<br />
Já partiam para a terceira garrafa de vinho. Ela olhava o teto admirada.<br />
<br />
- O problema sempre estar em dosar as coisas. Sinceridade de mais me fez parecer uma louca apaixonada, e até pode ser que seja mesmo, mas amanhã já não vai ser mais.<br />
- E por que não parecer louca apaixonada? Se este é o teu momento e teu momento é tudo que você tem.<br />
- Justo, penso o mesmo, mas as pessoas estão tão vidradas em seus futuros e passados que quando alguém no presente se manifesta é dado como louco. É por isso.<br />
- Então os outros que estão errados, e não você. Não existe sinceridade de mais. Existe sinceridade. Fim. Não existe um oitavo de sinceridade, seria mais mentira que verdade.<br />
- Mas minha sinceridade fez ele ir embora. Não era para ele ir embora. Era pra ele ficar. Mas como meu amigo, sabe?<br />
- Como amigo?<br />
- Sim, como amigo, caralho. Qual é o problema em sermos amigos? Eu gosto muito da companhia dele, mas não quero ter que transar com ele só pra ter ele por perto. É um pouco injusto isso. Não consigo fazer amigos desde os quinze anos. Todos só querem sexo, e se não conseguem, vão embora.<br />
- Seus complexos sexuais de novo.<br />
- Tô mentindo? Não me lembro quando foi a última vez quando não transei para manter alguém por perto. Sempre transo pelo momento depois, o do cigarro, ou o de ficarmos olhando um para cara do outro depois que se foi a vergonha. Gosto muito mais desse momento.<br />
- Soa triste.<br />
- Soa real. Eu tô sendo sincera de novo.<br />
<br />
Ele olhou a do canto do olho. Ela entende o olhar.<br />
<br />
- Também transei com você pra te manter por perto. Talvez você tenha sido o único que entendeu. Todos os outros ficaram cheios de mágoas amorosas. De um amor que não existe, é imaginário.<br />
- Um pouco extremista da sua parte. Você se apaixonou por mim sim, mas é paixão, passa rápido. Assim como a minha por você.<br />
- Pode ser, mas queria saber o que foi isso, sabe? Que te fez ficar mas fez os outros irem embora. São pessoas que queria passar junto o resto da minha vida. Mas elas partem, como se não tivessem nada com isso. Como se não fossem com elas. Nem ao menos justificam.<br />
- Não há o que justificar.<br />
- Como não? Eu estou constantemente me justificando com as pessoas, com medo de mal entendidos.<br />
- Essa é a causa.<br />
- Que faço então, vou embora como se não tivesse dor? Como se ver esses laços tão ternos fosse um hobbie? Ignorando que isso me causa até uma dor física, no peito, bem aqui?<br />
- Não é ignorar. É deixar ser. Não que tenha que deixar as coisas ser. Mas também não dá pra ficar assim, sofrendo sem solução. Tem que erguer a cabeça e seguir em frente.<br />
- Com o coração partido.<br />
- Com o coração partido. A gente nasce com o coração partido.<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-60500908657988375522012-11-01T20:30:00.002-07:002012-11-01T20:31:43.822-07:00Little things that make us alive*<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSUup-GjRPyW102KNY4wA0nnmPyiyPBqQ_D7lJdw19swraDZraev37Lva1WeYKZNGmXY_8oTsnAiYREOZ0GfI9TcxBzW0_coEgMlDIbOkSBFfZ19W_0dHsXfWoOz3qetuvAhf8gVTBh8jr/s1600/599411_461326360553396_821717980_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSUup-GjRPyW102KNY4wA0nnmPyiyPBqQ_D7lJdw19swraDZraev37Lva1WeYKZNGmXY_8oTsnAiYREOZ0GfI9TcxBzW0_coEgMlDIbOkSBFfZ19W_0dHsXfWoOz3qetuvAhf8gVTBh8jr/s320/599411_461326360553396_821717980_n.jpg" width="320" /></a></div>
-laying on the floor and looking to the stars and just feel the warm atmosphere.<br />
-missing friends and taking a long moment to write how much you miss them.<br />
-living a day next to the other without realizing it.<br />
-a Beatles song that you know to sing from the beginning until the end.<br />
-taking an one hour shower.<br />
-not being in a hurry.<br />
-walking around without a destiny.<br />
<br />
(Notes to avoid boredom)Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-28192837188063482952012-10-06T17:47:00.000-07:002012-10-06T17:47:04.438-07:00All this time you were chasing dreams, without knowing what you wanted them to mean<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/2pi5jdkO94A?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-85323581044574708402012-09-27T06:11:00.001-07:002012-09-27T06:11:33.552-07:00<br />
<div style="font-family: arial; font-size: small;">
"O amor pela história - a crença de que sua visão pode ser expressa apenas através da estória, de que as personagens podem ser mais "reais" que as pessoas, que o mundo ficcional é mais profundo que o concreto. O amor peplo dramático - a fascinação pelas surpresas súbitas e revelações que trazem mudanças imensas à vida. O amor pela verdade - a crença de que a mentira aleija o artista, de que toda verdade na vida deve ser questionada, de acordo com motivos secretos de cada um. O amor pela humanidade - uma disposição para sentir empatia pelas almas que sofrem, para arrastar-se dentro de suas peles e ver o mundo através de seus olhos. O amor pela sensação - o desejo de deliciar não apenas os sentidos do corpo, mas também os da alma. O amor pelo sonhar - o prazer em passear por sua imaginação só para ver onde ela vai dar. O amor pelo humor - o júbilo pela graça salvadora que restaura o equilibrio da vida. o amor pela linguagem - o encanto pelo som e o sentido, sintaxe e semantica. O amor pela dualidade - a percepção das contradições secretas da vida, uma saudável desconfiança de que as coisas não são o que parecem. O amor pela perfeição - a paixão por escrever e re-escrever na procura do momento perfeito. O amor pela singularidade - o prazer pela audácia e uma calma absoluta quando ela encontra o rídiculo. O amor pela beleza - um sentido inato que estima a boa escrita, odeia a escrita ruim e sabe a diferença. O amor próprio - uma força que não precisa de auto-afirmação constante, que nunca duvida de que você seja, de fato, um escritor. Você deve amar escrever e suportar a solidão."</div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-44893819458510120892012-09-05T05:32:00.001-07:002012-09-05T05:33:47.116-07:008058 dias de vida ou lembrete para os meus próximos 8058 diasA gente deve conhecer muita gente mesmo durante uma vida. Em apenas 8058 dias, me aconteceu de ter conhecido uma boa porção deles. Alguns, se pensarmos em porcentagem, muito poucos deles, eu converso com alguma frequencia, mas 98% não tenho a mínima idéia do que acontece. E tampouco me interessa.<br />
Não é que eu acredite que existe um momento raro em nossa vida em que cruzamos com pessoas e depoi qs de tudo que se tem pra viver juntos, acaba. Minha descrença em qualquer superstição não me deixa acreditar nisso. Mas é algo por aí.<br />
O aspecto das pessoas que você conhece muda conforme você muda.<br />
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Quero envelhecer. Quero sim, viver mais cinquenta anos. Cansei de ter pressa. A pressa tem me feito viver menos o presente, e olha só, que garantia me deram de que eu teria algo mais além do presente?<br />
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Não digo que devemos sair por aí em bacanais e derretendo nossos cérebros em festas sem fim. É mais aprender a curtir o momento. Curtir uma boa refeição, uma viagem de ônibus. Irritar-se pelo trânsito é irrelevante. Esses vinte minutos que vou passar a mais no ônibus são um presente, quem sabe ler um livro, quem sabe observar algo curioso pela janela.<br />
É algo que tem se mostrado cada vez mais difícil para mim. Ando meio obcecada por futuro.<br />
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Não adianta nada envelhecer com dureza. Temos que ter a rigidez e a leveza de um bambú.<br />
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Não perder o amor por si mesmo. E fora de cogitação sentir pena de si mesmo. Não existe nada mais triste. Existir, sem cuidar antes de si mesmo, é existência nula.<br />
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Viajar, nunca deixar de viajar. Não se pode negar a energia que existe no novo.<br />
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Não ter princípios trancados a sete chaves. Ou seja, ter minhas crenças, mas não fazer delas verdade imutável. Porque não é.<br />
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Ou seja, é mas fácil ser rude, é mais fácil se fechar para o mundo. É mais fácil não se esforçar para ser uma pessoa melhor.<br />
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Ah sim. Antes de qualquer coisa, manter a esperança.<br />
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Um pouco clichê, um pouco de tudo que se ouve diariamente em qualquer conto de fadas. Mas tudo aprendido letra por letra.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-76368880706371262712012-08-30T12:06:00.002-07:002014-03-19T15:40:09.423-07:00And you're not coming back ou mais uma última postagem sobre vocêhttp://grooveshark.com/s/Anthems+For+A+Seventeen+Year+Old+Girl/2FffGu?src=5<br />
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O tempo voa.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/07452364245637766330noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-66303564472590995792012-07-24T00:34:00.001-07:002012-07-24T00:35:44.068-07:00There are many of us | Há muitos de nós | Hay muchos de nosotros<a href="https://vimeo.com/43650806"><br /></a><br />
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<a href="https://vimeo.com/43650806">Milton Cordoba</a>Isabelahttp://www.blogger.com/profile/09322603453499615151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-77603217779341397802012-07-09T21:03:00.002-07:002012-07-09T21:06:22.589-07:00A casa de Enzo<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Cecília passou dias e dias entretida em fazer as coisas para o gatinho. Com as caixas da mudança fez uma casa e a pintou de azul, sua cor preferida. Estava tentando fazer com que o gatinho gostasse de azul também, assim teriam gostos em comum. Pensou por três dias inteiros sobre o seu nome.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Ficou em dúvida entre Gabriel, Hugo e Enzo. Gabriel era o seu melhor amigo da escola, ela queria fazer uma homenagem. Mas um dos adultos disse que Gabriel não é nome de bichinho, então ela partiu para Hugo. "Hugo é nome de duende" alguém disse, e ela não gostava muito de duendes porque pensava que eles aprontavam coisas pela casa, e ela não queria que as pessoas culpassem o gatinho pelos acidentes da casa. Quando sugeriu Enzo ninguém comemorou, mas também não disse que era um mal nome. Enzo era um nome que ela gostava, mas não se lembrava por quê. Então ficou Enzo. Ela pintou na parte de cima da casa dele o seu nome em tinta preta.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Cecília decidiu fazer retratos para colocar dentro da casa de Enzo. Assim ele não se esqueceria de ninguém da casa, caso a memória dele não fosse tão boa quanto a de um elefante.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Desenhou primeiro ela mesma, com uma tiara azul (gostava muito de tiaras), e um vestido vermelho. Escreveu seu nome em baixo, assim Enzo associaria o nome ao retrato.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Desenhou Margarida, com seus cabelos cacheados até o ombro e seus olhos cor de mel. Não encontrava um lápis cor de mel, então usou o bege. A cor preferida de Margarida era amarelo, então sua roupa levou a mesma cor. Margarida ainda não era adulta, mas estava mais próxima de ficar do que Cecília.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Desenhou Dália, com seu cabelos negros e rosto redondo.Sua roupa levou a cor preta, pois ela dizia que preto era elegante. Era um dos adultos, e sempre estava sorrindo ou gritando.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Desenhou, por fim José, que ela tentou desenhar com uma camisa xadrez, em vermelho e azul. Ele estava sempre sério, então Cecília o desenhou sério também. Ele era o mais velho dos adultos.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Colou todos os retratos na casa de Enzo. Também pendurou uma bolinha, pois tinha notado que Enzo gostava de brincar com coisas que ficavam penduradas. Deixou para fazer suas roupas quando chegasse o inverno. Os pelos dariam conta de protegê-lo.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Finalmente as férias chegavam ao fim, e Cecília voltaria para a escola. Uma escola nova. Apesar de não gostar de férias, também não gostava de ir pra escola. Mas estava se esforçando para gostar.</span>Isabelahttp://www.blogger.com/profile/09322603453499615151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-61678456432583796412012-07-09T00:11:00.000-07:002012-07-09T00:11:28.838-07:00Les feuilles mortes<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left;">"Et chaque jour, les feuilles mortes</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left;">S'effacent de mon souvenir</span><br style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left;" /><span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left;">Jour après jour, les amours mortes</span><br style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left;" /><span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left;">N'en finissent pas de mourir"</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left;"><br /></span><br />
<span style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; text-align: left;"><br /></span><br />
<br />Isabelahttp://www.blogger.com/profile/09322603453499615151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7962152547085448691.post-58846228309291390602012-07-03T00:30:00.003-07:002012-07-09T20:33:35.500-07:00De uma parede à outra.<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Cecília acabou por se acostumar, finalmente. Seus dias empoeirados começaram a mudar as caras. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Era verão, e no verão os adultos gostavam de mudar de casa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Mudou-se fazem seis dias apenas, mas seis dias para quem se tem dez anos é como uma eternidade inteira - do começo ao fim - nada para fazer, ninguém para brincar, nada de brinquedos, nada de nada. Estava tudo empacotado, todos eram estranhos, era só aquela poeira sem fim e uma casa vazia. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Havia uma cama - a sua cama - onde afundava-se para observar o teto, e a luz do sol que projetava da janela um desenho peculiar, po</span><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">is a janela era peculiar. Era uma grade disfarçada de ornamentos bonitos, mas Cecília sabia que na verdade eram grades. Depois de um certo tempo observando, Cecília percebeu que o desenho se movia, lentamente. "É o sol que está rodando" - pensou, lembrando das aulas de Geografia - " O sol passa o dia todo girando, </span><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">sem parar, o giro dele tem um nome... rotação, arrotação, alguma coisa assim". </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Nos três primeiros dias, Cecília odiou aquela casa. Chorava por todos os cantos, como forma de protesto. Não apoiava aquela mudança de modo algum. Mas ninguém se importava com a opnião dela, ela já sabia que era muito nova para tomar grandes decisões. Sabia, mas não acreditava nisso. Chorava e gritava, e até se fingia de morta para ver se alguém se sentia culpado de a ter colocado naquele lugar. Nada resultou, porém. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">No quarto dia, ela começou a explorar a casa nova. Os móveis ainda não tinham chegado, então ela tinha muitas paredes para olhar. E olhou todas elas, uma por uma. Estavam todas impecavelmente brancas. E todos os pisos também. Eram todos frios, e ela gostou, pois sentia muito calor. Ficava deitada no chão, refrescando-se. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">No quinto dia, chegaram as primeiras caixas. Alguns móveis esconderam as paredes brancas, e tapetes cobriram o chão frio. Ela podia ficar com os plásticos-bolha, e essa felicidade durou algumas boas horas. Também guardou algumas caixas de papelão, na esperança de encontrar uma tesoura e poder fazer alguns recortes. Foi acompanhar as últimas caixas chegando na rua, quando, sem querer, viu na casa do vizinho o que precisava para acabar com o tédio: um gatinho. Um gatinho cinza, com patinhas brancas como sapatinhos e olhos verdes. Era disso que precisava para animar seus dias. Assim teria alguém para brincar, explorar a casa e observar o sol deitada na cama. Se fosse um bom gatinho, podia até construir uma casa para ele com as caixas da mudança.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Os adultos surpreendentemente concordaram. "Um gato não faz mal - são bem quietos" comentou um deles. E prometeram a Cecília que trariam logo no dia seguinte, já que o dia seguinte era sábado. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">E então, o sexto dia chegou e ela esperava afundada na cama os adultos chegarem. Listava mentalmente tudo que teria que preparar quando o gatinho chegasse: precisaria de brinquedos, roupas e uma casa. Ela faria tudo. Naquele momento, percebeu que o sol se movia mais lentamente ainda que o normal -"Preciso perguntar ao professor se isso é normal. Ontem o sol se movia em uma velocidade e agora está muito mais devagar. deve estar doente ou cansado." - e quando finalmente o sol passou de uma parede para outra, os adultos chegaram. E traziam o gatinho... mas não tinha patinhas brancas e não era cinza.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Isabelahttp://www.blogger.com/profile/09322603453499615151noreply@blogger.com2