Eu não dizia
Você dizia sim
Eu dizia talvez
Você dizia sim
Eu dizia sim
Você dizia talvez
Eu dizia sim
Você não dizia
Eu disse:
Você.
...
Oi. Como é que cê tá?
É normal se sentir como um animal num zoológico?!
Bom, foco no assunto. Sem desvio de conversa bem assim no começo... preciso me livrar desses hábitos reticentes... mas não gosto de conversas pomposas, de verdade.
De verdade. Foi um alívio sentir um fim, como te contei. É que não me fez muito bem, sabe?! Era um amor reprimido, um grito contido, um samba no escuro!! E duvido que fizesse bem pra você também. Agora que me des-envolvi da coisa, posso te contar como foi.
...
Foi desengonçado. Começou como uma brincadeira, não joguinhos e táticas, mas as de criança mesmo. Só que cresceeu e me absorveeu de uma maneira absurda! A ponto de me perder aos domingos e me encontrar com você sem saber porquê!
Era bom, até. Era diferente, me deixava medieval. E eu gostava de me sentir daquele jeito, e fui deixando ser.
Não era tão óbvio como é agora. Eu falava, todos confirmavam, eles riam, e gozavam, porque percebiam, me diziam, e eu negava. Perto de você eu era mesmo infantil, o que me irritou e encantou. Todo meu orgulho e individualismo eu guardava numa mala, e uma vulnerabilidade me assaltava, e eu gostava dessa brincadeira sem mecanismos.
Tudo porque você me cantou seu encanto.
Confesso que me escondi muitas vezes em baixo da cama porque tinha visita estranha. Você não foi atrás, e causava os desencontros.
Mas mesmo assim era bom.
Vi que mudei, troquei muitas perdições por carinho, por alegria, fiquei calma aos acasos e até achava graça, era puro! E me lidei tão bem com isso! Sei que é quando essas coisas acontecem que tudo faz sentido, a poesia, a folia...
...
Aí você veio me falar dessa paixão inesperada por outra pessoa.
Eu quis, então, me diminuir, para diminuir a situação. Quis me defender, mas não tinha armas medievais. Empapucei a vulnerabilidade de embriaguez. Embrulhei tudo e escondi, longe de mim, sem vontade de jogar fora.
Recuperei o sopro, não me revoltei. Já estava habituada a saudade ( que até é bom, melhor do que caminhar vazio) que amortecia o tempo. E tinha esperança, mesmo porque a única coisa que quis te desejar era que você se encontrasse.
E você me ensinou milhões de coisas, não tinha porque me desesperar.
Você me assustou várias vezes, voltando sem saber porquê.
No fim, só guardo o sonho disso tudo. Os sonhos, né.
Acordei. É outro dia.
...
P.S.: Que fique bem claro, quis ser piegas(aaaah, essa palavra é muito Lindolfo). Essa não é a Isa que vocês conhecem, eu sei. Não fiquem triste, estou aqui. Mas foi tudo sincero. Essa coisa de... deixar levar, deixar ser como será é também assumir riscos, olha aí o resultado.
4 comentários:
êêÊ
gosto de pieguice..podia ser até mais...
Tamo aí! sempre subindo montanhas.
ou tomando cerveja (ou café?) num posto de gasolina...
e agora lá vou eu pra droga do ensaio...to cansado de ensaiar...
queria ler mais, e também queria escrever mais..as coisas são assim né...
gawercb pra você!
é tudo culpa do computador hauahauha, fê-viciado...
acho que você poderia ser piegas mais vezes...
é incrível como só,somente só,sentimentos cor-de-rosa despertam tanta poesia em tantas pessoas...
uma pena pelo vício,um vício pela pena e pelo nanquim.
Gostei chuchu
Huahuaha, inspiração é uma coisa degustante mesmo, só que o preço é caro!
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