sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sonhos- parte 6

- Quando eu era pequena, uns quatro ou cinco anos, eu pensava que as cores eram diferentes para cada pessoa. Que o azul para você não era o mesmo azul para mim, o seu azul podia ser meu laranja... – Vera estava com uns óculos escuros, enquanto dirigia conversando com Will e Andie dormia.
- Não brinca!! Eu tinha essas maluquices também... ninguém nunca vai saber se você enxerga a mesma cor do mesmo jeito que outra pessoas, hehe, acredito nisso até hoje. – A maior parte do tempo os dois tinham conversas assim, sem nenhuma seriedade. O que Vera levava muito à sério.


Eles viajaram por duas horas sem parar, e decidiram parar no alto de uma montanha, enquanto ainda estava um bom sol, uma boa temperatura.
-Como vai a Beatriz, Will?– Andie perguntou para ele enquanto tirava umas fotos.
Will, sentado no chão como um índio, olhou para ela :
-Terminamos fazem quatro dias...contei isso para a Vera, ela não te contou?
Vera estava procurando alguma coisa no bagageiro.
- Não. Nós não conversamos muito sobre você, lembra?
- Hum... – ele deu uma longa pausa. Andie queria saber o que se passou em sua cabeça. – Então, nós terminamos, se é que tínhamos começado algo. A Bia não era pra mim. Queria casar.
Andie deu risada. Vera chegou com uma garrafa térmica e sentou-se com eles.
Eram as únicas pessoas num raio de 1000km. Estava quente, e o céu estava tão azul.
-Chá?!
-Eu quero, chá do quê?
- Chá preto!
- Blergh.

Quando voltaram ao carro, Will foi dirigindo, e Andie foi na frente com ele.

- O que vai ser do nosso futuro... – indagou Will.
- Cara, o futuro vai demorar muito.
- A gente tá seguindo nosso instinto. Estamos sendo fieis à nós mesmos. – pausou -bom, pelo menos eu estou. – Vera olhava as àrvores passando enquanto falava.

Um comentário:

Jenny Souza disse...

Haha, até hoje eu piro na coisa da voz, eu ouço minha voz, mas a voz que eu ouço não é mesma que você ouve, eu queria ouvir a sua voz que você ouve, não a que eu ouço um dia....entendeu ? ^^

A sequencia continua livre e delicada como um filme Nouvelle Vague. Gosto muito.

Beijos