Eu acordo. Não, eu desperto. Devagar, vem a percepção: em casa, dormi com a janela aberta, o tempo está nublado. Não deve ser oito horas ainda. Do meu lado, ele me abraça e o faz dormindo. Gosto seco na boca, um pouco de tontura. Lençóis sob as pernas.
E vem de uma vez:
Eu não agüento mais viver de lembranças.
Idealizações, pra quê? Quando se parece ser suficiente o que se tem! Focar na beleza que já existe, e não na que pode ser ou poderia ter sido. Mudar o ‘Eu lembro...’ para “eu vou’ , por que não?
E chega de sentimentalismo barato. Metade das palavras saem vazias, saem à toa. Não precisa ser assim, não precisa mesmo. Tem tempo ainda, as coisas vão mudar, vão ser como tem que ser sem ninguém precisar ficar idealizando nada.
Levantar é difícil. Beber água ou escovar os dentes primeiro? Não dá para abrir mais os olhos. Talvez dormir mais um pouco. Vamos lá, vamos esquecer tudo e começar do começo, agora.
3 comentários:
Post perfeito :)
Todo sentimento é barato...
E vc foi muito má nesse texto. Pensa um pouquinho a respeito...
Fui nada.
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