Tem um sujeito que entra no ônibus que eu pego, sempre. Não importa a linha, se ele escolhe aleatoriamente é incrível a capacidade de essa aleatoriedade ser...o ônibus onde estou. Pois bem.
Ele sempre entra vendendo Moranguetes. Três por um real. Conta dos dois filhos dele, do desemprego, dos armários vazios da casa dele e da vontade dele de sair do ônibus e passar no mercado para enchê-los. Acredito nele. Ele tem uma cara de dó e sempre está mal vestido. Nunca comprei Moranguetes dele, porém. É que, Moranguetes... já passei dessa fase.
Bom, ele pega ônibus comigo desde o ano passado. Mas dias dessses, eu estava mais no fundo, e ele enconstou em uma das barras e suspirou:
-Tá difícil hoje, hein...
Foi para ele mesmo, não foi para mim não. Aí ele desceu e deve ter entrado em outro ônibus. Sim, o suspiro dele me deixou pensando nele até o fim da viagem, até chegar aqui e escrever aqui. Mas é uma matemática simples: esses Moranguetes rendem um bom dinheiro para ele! Pô, o cara deve ter 40 anos no máximo! E tem uma lábia, puxa vida! Porque, ele pode estar sendo sincero, certo, mas o que ele fala é marketing! Se ele usa a vida pessoal dele para tal coisa, bom... e sim, acredito que existam pessoas na mesma condição que a dele, mas com um emprego mais... fixo, mais registrado. Não é tão díficil assim conseguir um emprego. Um bom, é, mas um emprego não.
A conclusão é que esses sujeitos de trem, de ônibus, eles estão ali porque querem! Porque gera um dinheiro razoável e... é assim, ele vende o produto dele, mas não me apetece. Se ele vendesse algo que me interessasse, eu compraria. Não sou contra eles, mas por trás de todos os cargos de emprego do universo, tem alguém com uma história, e boa parte delas, triste também. A diferença é só que eles não usam isso para gerar mais lucros.
2 comentários:
meu bolo eu fiz de moranguete.
ah isa, que falta de respeito, invadindo meu momento de estupor criativo.
IUAHIAHIUHAUIAUUAHAHUAHUAI
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