Naquela sala branca e quadrada, com apenas aquelas duas cadeiras ela se sentou na minha frente e começou a falar e falar. Não perguntei, mas ela deu todas as respostas, e não foi de tanto falar, vi no rosto, nos olhos, nas mãos, no jeito. Vi e senti a culpa, culpa o tempo todo, culpa pela garganta arranhada, culpa pelo excesso de descaso, culpa pelo desamor. As molduras que ela escolheu não serviram para a figura que pintou, ''não encaixa'', ''não tem problema, a gente refaz'', ''não quero refazer, quero desfazer''.
Costuras expostas, não, temos que coser por dentro, eu posso te ajudar, mas quero ver se pode fazer sozinha, vou te vigiar.
Olha no meu olho agora. Cruza as pernas, estrala os dedos, se livra da Macabea, a festa é aqui na sala, não é lá, a festa está aqui, olha aqui, presta atenção, estou do seu lado, só quero ver você tocar essa marcha sua, só sua, canta para todo mundo ouvir, pode se expor, estremece esse corpo, só tem a gente aqui, só tem eu e você, ninguém mais importa, eu quero que ouça, esquece todo o resto.
Sim. Sim.
O erro não foi importante, são duas almas e a sala dançante, só deixa acontecer, deixa fluir, não interrompe o fluxo, vai, ganha essa aposta. Bárbara, nunca é tarde, nunca é demais.
Eu sou tão forte como você, eu consigo e você também.
Olheiras de cansaço são só características dessa máscara que escolhi. Gostou?
4 comentários:
Isa tu tá fumando drogas? hahaha
otimo texto.
beijos
Hahahahhaha, nossa, não tinha reparado nesse lado Junkie do texto.
Na verdade eu só estou tendo cada vez mais dificuldade para falar o que quero de forma literal :S
Isa, segue meu blog? Já estou seguindo o seu, estou começando com o blog agora, por favor! (:
www.jack-william.blogspot.com
Não nos conhecemos!
Encontrei seu blog através de um blog que encontrei outro e outro até chegar no seu.
beijo
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