(pensei que este dia não podia passar em branco. Sendo a pessoa prática que eu tento ser e vendo tudo friamente, nada de mais, mas bom... eu não sou assim, né? Então, vamos à mais uma visão deturpada de um dia de domingo: )
Que delícia é acordar depois de dormir três horas, depois de ter dormido mal a semana inteira. Que delícia é acordar com um amigo para falar bom dia, comentar sobre o dia anterior, trocar uns comentários sobre nosso futuro dia. Pois bem, fiz um almoço desses bem mamãe, diga-se de passagem que adoro ter tempo para cozinhar, encaro como arte também, picar cebolas, medir o tempero... não é para qualquer um!
E bom, vamos nos arrumar, logo teremos visitas. Me arrumar também é uma arte. Antes não era, mas depois que minha mãe me bombardeou com a crise dela de “minha filha não tem roupas”, ficou bem difícil, um paradoxo que enfrento todos os dias. Pois bem, mal terminei de me vestir, estou ainda colocando os tênis quando chega o amigo distante. Saímos para conversar e tomar uma cerveja logo ali, aqui perto não dá, as pessoas achariam estranho nos ver juntos, vamos para um lugar menos óbvio. Vamos conversar, fala sobre nada, falar sobre músicas que é o meu assunto preferido contigo, vamos ser mais diretos.
Adoro ser direta.
Logo que me despedi do amigo distante, liguei para a amiga distante, e passamos uma hora inteira dando risada e falando besteiras, como se só estivéssemos dois fins de semana sem botar o assunto em dia. Estas coisas me fazem sentir que é de verdade.
E assim que desligo com ela, meu celular toca, oba, vamos ao teatro, vamos ver o pessoal do trabalho.
Mais uma vez aquele processo de me vestir, e assim que termino, alguém estaciona do lado de fora de casa, mais uma assombração, perdoe por te chamar assim, mas foi algo assim. Tal assombração fica comigo por uns quinze minutos, e foi uma avalanche, uma porção de tapas na cara, vomitou várias verdades e se foi. Era para eu ter te encontrado depois do teatro, mas me perdoe, não deu.
E eis que chego no teatro atrasada. A peça já havia acontecido, mas o que valeu foi a intenção. Olhei para a cara do professor adorado, e ele não pensou duas vezes: agora a gente vai beber em casa! Adoro este sujeito, prático e direto!
E lá fomos nós, conversamos sobre as bizarrices que nos envolvem, fizemos planos para o futuro, bebemos um vinho e comi sua deliciosa torta, descobri mais dois que adoram pizza de atum, e me deixou feliz.
Vou para casa, antes que não tenha mais ônibus, e quando sento no ônibus, vem aquela pequena avalanche de pensamentos...: Mas que dia!
Sentei aqui na cadeira do computador, peguei um cigarro e pensei: Não foi um dia qualquer, foi um daqueles dias que merecem ser lembrados. Pessoas que amo envolvidas, numa oportunidade única, em um dia só. Como já diz um filme, poucos serão os dias que vamos nos lembrar. A maioria são dias rotineiros, que acabam, e ficam por isso mesmo. Mas hoje, hoje eu quero levar comigo para sempre, sempre poder sentar numa cadeira confortável, fumar um cigarro e pensar...: Que dia!
Um comentário:
bem como cartas
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