sexta-feira, 22 de julho de 2011

Magia um

Os lugares imaginários invadiram toda a sua realidade - não era insanidade, não, não, não!Passou tanto tempo dentro de si mesma que o exterior definhou, foi diluindo até se desfazer. Agora saltita por aí. Canta ao comprar pãezinhos como se estivesse em um musical antigo. Os rabiscos da folha sulfite tomaram lugar no reboque da parede. Ela sonha enquanto dorme, mas mal percebe que não deixou de sonhar em momento algum.

Bom, ela levantou-se um dia, e o céu era daquela cor creme roseado, sabor sorvete de vanilla, textura algodão doce. Enquanto escovava os dentes e mirava-se no espelho (gostava de ver a alma através do olho) pensava que precisava de uma nova idéia- é, alguma coisa nova! Alguma coisa que a envolvesse nos braços e cuidasse dela, alguma idéia para compartilhar mais idéias, alguma idéia assim como ela. Onde conseguiria uma dessas?! Continuou pensando até que a pasta de dente começasse a machucar a boca e se desfez da espuma, já pensando no seu próximo destino: iria até o topo de um prédio. Nenhum lugal melhor para adquirir novas idéias.

Pois subiu ao topo do maior prédio das redondezas, deixando os pés suspensos e esperou. Bem na sua frente, tinha um outro prédio. Na janela à altura do seu campo de visão, podia observar balões coloridos e transparentes - festa de aniversário! E ficou distraída (porque não era muito concentrada. Os bolões chamaram tanta atenção que já se esquecia do porquê estava ali), vendo os transeuntes passarem pela janela, animados e falantes, carregando copos descartáveis coloridos quando sentiu uma cutucada por trás dos ombros. Um rosto sorriu para ela e sentou-se ao seu lado. Ela até ficou confusa por um momento, não sabia se conhecia já o sujeito, era familiar aquele rosto, mas não sabia nome, não sabia endereço ou número de telefone. Ficou encarando ele para tentar lembrar, e viu que ele também se distraiu com a festa. Conversaram sobre os balões e sobre os transeuntes. Ela não se lembrou dele, mas já tinha esquecido que não se conheciam.

4 comentários:

Felipe Mandu disse...

quem existe sempre aparece.

Felipe Mandu disse...

Eu nunca comentei, mas adorei esse vermelho, ele esgota a visão. todo a leitura uma coisa meio estonteante

Isabela disse...

:) eu sou maior cara de pau, parei de escrever bem no meio da história, rs. Vou continuar.

Eu também gosto desse vermelho. Minha tela no blog e minha parede do quarto mais a blusa do meu pijama formam uma fotografia animal! Sou louca pra tirar essa foto!

Felipe Mandu disse...

Tira a foto, continua o texto e vamos nos ver. E me manda um convite para escrever no blog de cinema. Ele está muito largado, coitado.