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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre momento ou Diálogo Imaginário

Questionou a cara de paisagem.
-Que está pensando?
-Adivinha só?! Estou lembrando, como sempre.
-Assim imaginei.
-Sinto um pequeno conforto em lembrar. As lembranças a gente só pondera, não muda. O desconforto do presente não existe no que acabou.
-Compreendo. Mas pense um pouco mais, este momento está sendo perdido.
Olhos confusos.
- Acorda. Não perca esse momento. É preciso acabar com essa tristeza.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Quando o dia vem varando a alvorada
Antes mesmo de nascer a luz do sol
A beleza nunca é desperdiçada
Existe
Sozinha

Quando a água morna molha nossas pernas
E a areia massageia nossos pés
A beleza sempre é compartilhada
É sua
É minha
Nas manhãs de Itapuã que o vento varre
Os coqueiros já conhecem as canções
Repetidas ou
Repentinas vêm
Consolar o meu coração
As vontades vêm
As saudades vão
Amanhece mais um verão

No calor do sol o céu da boca salga
E o mar na alma acalma o caminhar
Pra que haja areia sal e água e alga
As ondas
Não voltam
Cada dia uma nova eternidade
Para sempre aquela pedra roncará

A aurora se transforma em fim de tarde
De novo
De novo

Quantos risos misturei ao som das águas
Quantas lágrimas de amor molhei no mar
No mais íntimo
Dos mais íntimos
Dos lugares desse lugar
Lugar público
Colo e útero
Amoroso de Yemanjá

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sobre-Potência.


Sentada nas alturas da montanha de São Thomé, uns tempos atrás, pensava no potencial daquela imensidão. Um monte de nada, onde se encontra vida, zilhões de àrvores, zilhões de insetos. Eu, sobre a montanha, e dentro de mim o nada também cheio de vida. Poder correr por todos aqueles campos, explorar todas aquelas áreas, a grandeza que se sente, o poder está em todos os cantos, igual à todos.
Ambições à parte, poder sentir é o melhor de todos os sentimentos.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sobre limites

“I push her to the limits, to see if she’ll break”

Sendo a pessoa nostálgica que sou, a idéia de limite sempre me remete à uma época onde achei que podia tudo, que nada era impossível, só me esquecendo que esse tudo é irreversível; foi quando vi meu limite, me vi despedaçada diante das minhas próprias atitudes, e quanta burrice.
É bem confortável essa coisa de acreditar que se pode tudo. De que toda idéia é mutável e que todos os conceitos podem ser quebrados, talvez, para um estilo de vida mais moderno, por assim dizer. Ou por um puro ato de egoísmo onde atravessar limites e pisar em terrenos não seguros serve de desculpa para cagar em um monte de coisa que se leva anos para construir.
Reconhecer limites é questão de amadurecimento. Pensei no tempo perdido e nos corações rotos, por uma experiência boba, mas necessária.
Todo mundo chega lá uma hora, se já não chegou. Depois dos destroços, poder olhar pra toda aquela parede quebrada e tentar dali, reconstruir um outro muro, talvez diferente, se possível mais forte.
Essa história boba de não se arrepender de nada é balela. Me arrependo de um montão de coisas, de ter exagerado quando sabia que era exagero, não é um martírio, é só um “se pudesse, faria diferente, sim senhor”, e sei sim que não seria essa pessoa que sou agora, te respondo que seria uma pessoa melhor.
É um farol vermelho, que você escolhe sim, e tudo depende da sua paixão por riscos e da sua capacidade de reflexão da sua necessidade de ultrapassar a linha ou não.
Mas se tal local existe, se foi delimitado uma placa no fim do mundo, com os dizeres “Fim do mundo”, tem de haver um porquê, pense sobre.
O mundo tem um motivo pra ser redondo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sobre o pouco que sobrou

Estes posts de caráter pessoal me irritam, mas é o que sobrou de mim.
Número um. Sabe, este tudo de triângulos, quadrados, polígonos, tanto-faz-quantos-lados amorosos?! Quem me conhece um pouquinho bem sabe do que eu falo. Eu vivo dentro dessas bizarrices, e não, não sou especial, ao que vejo, todo mundo passa por uma situação dessas vez outra. Mas que chatice! As coisas podiam ser bonitinhas como são nos desenhos da Disney, tenho dito.
Número dois. Minha terrível incapacidade de fluência. Eu só sinto fluencia com o tempo, é como uma língua estrangeira mesmo. Então, se você me conhece há três meses, não espere que eu te trate como se nos conhecessemos há três anos.
Número três. As músicas me dominam, mandam em mim mesmo, tal ato gera consequências absurdas, tão perigoso. Então, perdão aos maltratados. Eu oscilo numa frequencia de quatro minutos, conforme a música do momento, é desesperador.
Número quatro. Penso de mais em vocês, muito mais do que vocês sabem, muito mais do que imaginam. Amo-os incondicionalmente, e vocês precisam saber só isso.
Número cinco, o castelo animado me disse: O coração inconstante é a única constante nesse mundo.

E fico por isso mesmo.

Fuga n° II

O pequeno deleite de cada fase, precisa de uma lembrança.

domingo, 4 de julho de 2010

Doze horas



(pensei que este dia não podia passar em branco. Sendo a pessoa prática que eu tento ser e vendo tudo friamente, nada de mais, mas bom... eu não sou assim, né? Então, vamos à mais uma visão deturpada de um dia de domingo: )

Que delícia é acordar depois de dormir três horas, depois de ter dormido mal a semana inteira. Que delícia é acordar com um amigo para falar bom dia, comentar sobre o dia anterior, trocar uns comentários sobre nosso futuro dia. Pois bem, fiz um almoço desses bem mamãe, diga-se de passagem que adoro ter tempo para cozinhar, encaro como arte também, picar cebolas, medir o tempero... não é para qualquer um!
E bom, vamos nos arrumar, logo teremos visitas. Me arrumar também é uma arte. Antes não era, mas depois que minha mãe me bombardeou com a crise dela de “minha filha não tem roupas”, ficou bem difícil, um paradoxo que enfrento todos os dias. Pois bem, mal terminei de me vestir, estou ainda colocando os tênis quando chega o amigo distante. Saímos para conversar e tomar uma cerveja logo ali, aqui perto não dá, as pessoas achariam estranho nos ver juntos, vamos para um lugar menos óbvio. Vamos conversar, fala sobre nada, falar sobre músicas que é o meu assunto preferido contigo, vamos ser mais diretos.
            Adoro ser direta.
Logo que me despedi do amigo distante, liguei para a amiga distante, e passamos uma hora inteira dando risada e falando besteiras, como se só estivéssemos dois fins de semana sem botar o assunto em dia. Estas coisas me fazem sentir que é de verdade.
E assim que desligo com ela, meu celular toca, oba, vamos ao teatro, vamos ver o pessoal do trabalho.
Mais uma vez aquele processo de me vestir, e assim que termino, alguém estaciona do lado de fora de casa, mais uma assombração, perdoe por te chamar assim, mas foi algo assim. Tal assombração fica comigo por uns quinze minutos, e foi uma avalanche, uma porção de tapas na cara, vomitou várias verdades e se foi. Era para eu ter te encontrado depois do teatro, mas me perdoe, não deu.
E eis que chego no teatro atrasada. A peça já havia acontecido, mas o que valeu foi a intenção. Olhei para a cara do professor adorado, e ele não pensou duas vezes: agora a gente vai beber em casa! Adoro este sujeito, prático e direto!
E lá fomos nós, conversamos sobre as bizarrices que nos envolvem, fizemos planos para o futuro, bebemos um vinho e comi sua deliciosa torta, descobri mais dois que adoram pizza de atum, e me deixou feliz.
Vou para casa, antes que não tenha mais ônibus, e quando sento no ônibus, vem aquela pequena avalanche de pensamentos...: Mas que dia!
Sentei aqui na cadeira do computador, peguei um cigarro e pensei: Não foi um dia qualquer, foi um daqueles dias que merecem ser lembrados. Pessoas que amo envolvidas, numa oportunidade única, em um dia só. Como já diz um filme, poucos serão os dias que vamos nos lembrar. A maioria são dias rotineiros, que acabam, e ficam por isso mesmo. Mas hoje, hoje eu quero levar comigo para sempre, sempre poder sentar numa cadeira confortável, fumar um cigarro e pensar...: Que dia!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Junho, vinte e nove - Na padaria mais uma vez.

Ela tinha uma estatura média, cabelos amarelados, bagunçados, nem ondulados, nem lisos. Uma mistura de roupas de lã com tênis-de-última-geração, e, o principal, uma cara de confusão, in-con-fun-dí-vel. Observava tristemente um pedaço de torta de frango, não sei se o comia ou se só o tinha ali para disfarce. Pois fome, parecia não ter. Olhava do relógio na parede para o celular,do celular para a TV, e da TV para os funcionários, zanzando de um lado para o outro, comentando o futebol quando se cruzavam na copa.


Eu sei bem o que acontecia com aquele pedaço de coração aflito. A pobrezinha estava na espera, conheço bem este tipo. Era tomada por angustia, desespero, cerrava os dentes, arranhava o garfo no prato, batia o pé no chão.

Minha vontade era me levantar desta mesa confortável, deixar meu café frio de lado, e contar para ela: que isso não vai levar ela a nenhum lugar, que ela tem que tirar esse peso das costas, antes que desabe tudo sob o seu corpo frágil, que a aflição é para os corações dos fracos, os corações fortes não se permitem tal ousadia. Que antes, quando me permiti ser tomado por tais gasturas, quase me perdi, nessa tentativa diária de se encontrar. Contaria para ela que a vida é mesmo feita de desencontros, que quem sabe, viram encontros, que muita coisa se perde nas traduções.

Que o melhor é esquecer. Fingir pra si mesmo que tal cólera não existe, e fingir tanto e tão bem, até o ponto onde seja de verdade. Onde o fingimento vira realidade, e o esquecimento vai ter vez, o brilho eterno de uma mente sem lembranças é uma pequena benção, um presente que se tira do resultado de tanta expectativa.

Pois bem, levantei-me e fui em direção ao caixa. Paguei meu café e abandonei ali aquela alma perturbada, que eu tanto conhecia. Talvez covardia, não sei. Talvez a conformação de que ninguém pode fazer nada por ninguém, é cada um por si, não adiantam os conselhos para os que não querem ouvir, cada um precisa da sua experiência.

Penso que deveria ter ido para que ela soubesse que não está sozinha. Que neste mundo louco, todo mundo ora beira o abismo, ora salta dele com um paraquedas. Tenho a esperança tristonha de que ela não se acabe ali, naquela torta deprimente, naquela tarde morna. Sorrio, e abandono aquela padaria cinzenta, deixando um pedaço de mim para ela, talvez o número do telefone, para que me ligasse se sentisse tal vontade.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Maio, vigésimo sétimo

#1: Tomei café da manhã e assisti desenhos animados, como uma criança ( eu acordei cedo).

#2: O último capítulo daquela série, é, eu gosto.

#3: Dia agradável no trabalho. Um aluno pintou o cabelo de verde para imitar este novo mascote da Copa, o outro pintou o nariz de vermelho para falar do da Copa de 98. Depois um bocado de blablablá com o novo teacher, e mais alguns trabalhos legais à noite.

#4: Eu perdi minha chave. Cheguei em casa e não conseguia achá-la. Fiz o velho esquema de ''entrar em casa sem chave'', mas depois não conseguia fechar o portão da garagem. Me joguei em cima do portão e ele não foi. Aí resolvi o problema com uma garrafa de óleo. Foi um alívio interessante. Pensei: ''Isa-Kayo, making shit and fixing it since 1990'' e me senti o máximo.

#5:''Arrumei'' o quarto.

E bom, #6: "Eu escrevo e te conto o que eu vi
e me mostro de lá pra você
guarde um sonho bom pra mim"