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domingo, 5 de dezembro de 2010

Sobre a intensidade das coisas

E, vez ou outra, olho para as pessoas que me acompanham no bar, nos fins de semana, semana cheia e atarefada, e percebo que aquelas pessoas carregam uma intensidade imensa, dá pra enxergar vida saindo da veia de cada um deles, palavras e palavras atropeladas umas pelas outras, copos e cigarros infinitos, até não poder mais. Pessoas essas que ambiciam nada mais e nada menos que viver e viver e viver. É aquela velha história do Carpe Diem.
Lembrei, neste último fim de semana, com tantos apaixonados por cinema, que uma vez comentei com uma amiga que a gente tem que ver os filmes sim, ver muitos sempre, mas viver o máximo e mais intensamente que for possível e que não for também, pra poder ter história para colocar nos nossos. Não que a vida só esteja o bar, não! É que é lá que nossas vidas se reunem para estar juntas e soltar o verbo e poder falar o que bem lhe entender, com pessoas que te entende bem.
E foi nesse cenário que esboçei um sorriso de canto de boca, invísível para os ali presentes, e registro aqui o momento, para lembrar posteriormente que sim, a vida flui decentemente por nossas veias,carne, órgãos e a talvez alma.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ao deus morto de nossas vidas

Um certo dia,o deus morto de nossas vidas me contou,que fantasiam a maldade de preto,mas,que maldoso de verdade é o amarelo dos sorrisos.Me contou que o sentido das palavras que procuro,é um vão,uma estrela no céu,uma gota de sangue nas veias.Me disse que o belo é o ser em si,e,sê-lo assim,é deixar de ser aos demais.
Sussurrou-me,que ser deus,é morrer,única e verdadeiramente para você,é ser falso,depredado,mal interpretado,usado como atributo de guerras e vil adoração,aos seus fiéis seguidores.
Depois de tanto falar,chorou,soluçou e se engasgou.Implorou para a mim a compaixão que nunca teve com seus fiéis,ao deixar com que se perdessem,seus fiéis...deuses mortos sem o saberem.
O descaso matou esse deus,e o impede de morrer.Ele me pediu,me implorou para matá-lo,esquecê-lo de vez,quer a paz que nunca proporcionou a ninguém.


Agradeço a seus ensinamentos,eternizando esse deus,nas linhas que agora escrevo.Que a falsidade lhe corroa a alma,e a crença descrente lhe purgue a lábia chaia de veneno.Veneno do qual me afoguei com antídotos.
Ao deus morto,desejo apenas a consciência plena,de que existo,independente dos outros,existo,resisto e não me abalo,seja por deus vivo,morto ou agonizante.
Insisto em resistir,e comungar o deus morto,com seu próprio corpo podre.

Não ser lembrada,é estar fadada a eternidade.

Assim o sou,ou assim seria o deus???



Bom,esse texto,mais uma vez.é culpa do tio Ga,de um onibus,de um ipod estúpido e da usp.
O deus morto está vivo, e morreu a muito tempo...e eu como estou???
Nunca me senti tão viva,mas tenho percepçãp para sentir algo???Sentir algo tão simples e profundo como a vida?
quem está mais morto,o deus que eu fantasiei,ou quem fantasiou o deus???
Não seríamos nós todos deuses?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

No reflexo do espelho
o vazio
A representação da alma humana
desvario
Lápide da virtude
a mentira
No reflexo do espelho
a passagem
Quanto a alma humana
vassalagem
Virtude retardada
pelos nós do caminho
No reflexo do espelho
a mente em pedaços
A curva do caminho
programada
O escorrer da chuva
o verde refulgir
ou
Metrópoles lotadas
uma selva a rugir
Embebida em racionalidade
programada
No buraco
o vazio da passagem
Pedaços
desvarios da mente
Vassalagem
a mentira
Virtude retardada
embebida em racionalidade
PROGRAMADA
A repetiçao
repete e difere
A repetida idéia
Da idéia não repetir
Repito
A repetição
difere e repete
A idéia repetida
De não repetir a idéia
Repito
Bom...esse foi um dos textos mais esquisitos que eu já fiz e achei legal colocar ele aqui...quando eu escrevi esse poema,estava presa pela idéia de espelho, do reflexo,do vidro embaçado...tudo o que reluzia a minha própria,ou qualquer imagem,me fascinava...ainda fascina,mas não sinto mais aquela necessidade absurda de só escrever sobre isso.
Gosto do reflexo,da minha imagem na minha frente me questionando...quase sempre abaixo os olhos...gosto da visão do mundo real na superfície de um lago,de uma poça,de um copo...acho magnífico o mundo,simples,nu e cru em um espaço tão pequeno...preciso de tanto pra ser tão pouco, enquanto toda a humanidade cabe numa gota d'água.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Primeiro Ato

As cortinas se abrem finalmente,o espetáculo tanto criticado e pouco visto começara.O público se acomoda e entro em cena.No palco não há cenário,acompanhamento musical,figurino...nada,estou nua.Me acomodo no centro do palco e começo a observar o espetáculo de ser observada.Meu rosto está limpo e, nos lábios, trago o sorriso de escárnio,meu fiel companheiro.Os espectadores esperam alguma ação,algum motivo para justificar sua preciosa presença na minha peça.A peça da minha vida.Mas nenhum deles saberá nada de mim,se não entenderam quando es cortinas se abriram, não mais compreenderão.
Começa a minha parte favorita.A troca.Dei-lhes minha vida,agora decifro a vida deles.
Está vendo aquela moça, de máscara tão sorridente,roupas coloridas,atitude determinada?Viram?Ela chora por de trás da máscara.Ela espera pelo fim,e nem sabe fim do quê,ou para quê o fim.
Aquele outro...muito interessante...Másculo,sombrancelhas grossas,corpo forte,feições talhadas a faca.Essa homem jamais dedicará sua ternura a qualquer mulher,frustrado,não se dedicará a nada.Pobre preconceito.Pobre preceito.
O mais interessante deles!!!
Veio me prestigiar nessa peça muitas vezes...não entende que comigo não funcionará...Tem um espelho no rosto...Todos o amam como se adorassem a si próprios...Menos ele que não sabe quem é.
São tantas vidas.Tantas subjetivações em cada vida.E só "para dizer que não falei das flores",entregarei a cada um deles uma rosa,sem que ela jamais seja rosa...
As cortinas se fecham, sou aplaudida.
Fim do primeiro ato.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Estava a Bia,ontem,feliz e contente a conversar com o tio Gá no shopping sobre um assunto que eu acho que vale a pena postar aqui.
Falávamos do amor e do ódio,da dependência irrestrita,que todo mundo tem de algum deles,ou de ambos.
Em casa,comecei a pensar no assunto e vi que não vivo sem o ódio.
Quando amo (excetuando-se o amor freternal),fico estagnada,paro naquilo que estou sentindo e sinto até acabar aos poucos.Quando amo,me repleto e murcho,
Não digo que não amo.Amo sim,eu sei e conheço o sentimento,quanto mais o sinto,mais falta sentir-me.Eu paro.Eu vegeto.

Quando odeio,não fico parada,arrebatada pelo que sinto.Eu inflo e transbordo,em minhas partes.Odiando,me supero,me transcendo.Quando odeio algo ou alguém,vou além de mim,pelo prazer indescritível,de ver o objeto do meu ódio mal.
Odiando é que tenho planos,é que penso,é que uso a minha capacidade de raciocínio.Quanto mais odeio,melhor eu fico.
Não digo que seja um bom sentimento,afinal,é um bom sentimento(!),mas não me limito a simplesmente me completar,eu transbordo,eu fico ilimitada.

Então,se você me ama,mesmo,de verdade,de uma maneira diferente ao amor de amigo,faça com que eu te odeie,e você terá,acima de tudo,o meu respeito,a minha atenção,e o melhor do meu pior,exclusivamente para você.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Aos dias recentes

Depois de botar medo em alguns bixos;ter brincando d uma brincadeira cretina ontem;ter feito vaquinha com a isa e o phehffys para comprar 6 pães e 6 fatias de presunto e queijo,nada além disso;depois de ter tomado porres em cima de porres e ter sido cantada por uma prostituta,é impossível não lembrar de umas frasses que eu rabisquei,sem nunca ter nem pensado que poderiam ser tão verdadeiras...



"O tempo se esvai
E sorrisos fáceis
Abraços mornos
Essa manhã passa
Como passa todas as manhãs
Deixando no ar a interrogação
De o que virá após
Tudo voa sem que eu perceba
Se percebo finjo não saber
Prefiro acreditar em felicidade eterna
Hoje
Do que em sentimentos passageiros
Amanhã

Ilusões doces e agradavéis
Assim semeio minha vida

E vai
Com gestos sinceros
Irresponsabilidades inteligentes
Fuga pródiga
Que mais um dia passa
E com ele passa e fica o passado
Aguardando
Um novo raiar que não vai chegar
Essa rotina maravilhosa
Sempre a me superar
Por ainda me surpreender

Não quero nunca que isso acabe
A infância da minha adolescência
Com seus motivos tão superficiais
Para me deixar cada vez mais feliz
Ou triste
Ou enfim
deixar-me"


Enfim,é isso o que sinto:receio por um amanhã responsável,e esse amadurecer prematuro,repentino e retardado.Tenho medo do amanhã,e da falta de controle que tenho sobre ele.
É,absolutamente estranho,escrever intimidades,para não se sabe quem,por sabe-se lá qual motivo ler.
Isso interessa alguém???

Não sei.