Mostrando postagens com marcador põe pra fora mesmo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador põe pra fora mesmo. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 1 de março de 2012

Um brinde

E então, as coisas chegam ao fim. me lembro de indagar, tempos atrás ( como as coisas eram desengonçadas tempos atrás. Como se eu fosse pequena para os espaços, que agora são grandes) como seria o fim. Teria um fim? Se fosse ter, que fosse um final feliz. Um final onde tudo tivesse sido uma experiência incrível, onde nos sentíssemos engrandecidos por ter conhecido um ao outro, um final de purpurina e de amanhecer, aquela hora que acaba a festa e você tem que dormir, vencida pelo cansaço, mas a noite foi tão alegre, dormiremos um sono justo. E depois quando acordarmos descansados sorriremos satisfeitos, com as lembranças de uma noite agitada e cheia de prazer (e porque não, prazer? Seria hipócrita se não admitíssemos que o ser humano é absolutamente hedonista).

Mas é esquisito. Agora, que o fim chegou, olho para trás e só há cicatrizes. Até ferimentos abertos, expostos para quem quiser meter o dedo ficar a vontade (e ainda seres humanos). Como se houvesse um arrependimento entre nossas trocas existenciais. Como se fosse de nossa preferencia apagar todas as memórias, fingir que nada aconteceu, que tudo o que houve entre a gente foi lixo, merece ser descartado e escarrado.

Volto um pouco na minha própria mente, vamos devagar. Mas é isso então. De nossas vidas, só adquirimos traumas, e murchando vamos, criando uma concha em volta, se escondendo atrás de um muro para evitar contato com ferimentos futuros. Impulsos banidos, espontaneidade é coisa de criança. Eu, como ser experiente, sorrirei casualmente, em intervalos de vinte minutos ou em ocasiões formais onde meu carisma seja um ponto adicional.

Certo, exagerei. Sempre acabo te tratando como robô. Mas conversamos sobre isso, sei que você é ser humano. Talvez, quando você agir como um, eu acredite. Você, que falava tanto de evolucionismo, parece estar atrofiando cada vez mais, e eu estou atrofiando também, estamos todos celebrando a desevolução com nossas atitudes mesquinhas e orgulhosas. Nossos caprichos, nosso poder de descartar seres humanos. Parabéns à nós.

domingo, 13 de março de 2011

Sobre a nova dança

E aí, quando já tinha desistido de tudo, assumido que o coração era fraco e cada batida era um soco, que não podia negar mais o que ela era realmente, que a dor da admissão daquele amor pobre, amor sujo, amor doentio, amor alcóolico e que fedia à cigarros, era mais amena do que a dor de estar sozinha, ele apareceu.
E de tão brusco, o susto fez com que perdesse a pose e desequilibrasse. Passou dias e dias tentando entender, então não era mais uma pobre coitada? Então, ainda havia esperança? E ficava de um lado pro outro tentando entender o que estava errado, as coisas não podiam dar certo para ela, não assim tão repentinamente, e depois de ter esperado tanto. E quando entendeu, sorriu. "Dessa vez, quem sabe..."
Há sempre um fiasco de esperança. Eis que começa a dança.
Foram dias loucos. Foi invadida de prazer gratuito por todos os lados, ela era amada, e por isso amava todos, e todos a amavam por ela amar a todos. Os dias eram tão quentes, conseguia sentir todos os dias o sol explodindo e explodindo e explodindo... explosões incessantes, avalanches por todos os lados, e aquela brisa tão leve... se jogou de cabeça e ria, quase em desespero, ria o tempo todo, ria te tudo, até as desgraças eram bonitas. Então era assim que era se apaixonar? Já havia esquecido, não tinha certeza se esse era o sentimento.
Ela queria agradecer. Não sabia como. Ficou tão recheada de gratidão, saturada de gratidão. Passou dias e dias ouvindo aquele mesmo som que ele cantou, de novo, de novo, de novo e de novo.
"O que me encanta é sua intensidade. Esbanjo e mergulho nela."
E crescia, crescia o tempo todo. Amava a invasão dele nela. Ela aprendeu a gostar do sorriso dele, das mãos dele, das mãos dela na dele, da voz, as costas, as pernas, as rugas. Gostava peculiarmente da risada estranha que ele dava quando não estava prestando atenção na conversa fiada dela. Ela falava tanto o tempo todo, não conseguia parar de falar, contou de todas as conquistas mesquinhas, as desgraças sem graça alguma, os livros, as músicas, as pessoas, as manias, as virtudes e os vícios. Queria que ele entrasse em todo o passado dela.
E bem no meio da dança, quando ela já sabia o gingado e os próximos passos, o ritmo mudou bruscamente. Completamente desnorteada, ela não soube o que fazer e estancou. Olhou e tentou entender, quem fez isso? O que aconteceu? Não era para ser assim, não era, não era! Ficou ali, parada, e esperou, coisa pouca, devia mesmo ser uma besteira, algum problema no aparelho, a música ia voltar ao normal em poucos segundos e a dança ia voltar. Esperou, esperou. Queria ela mesma ir lá e resolver tudo, mas não sabia como. Esperou. Algo mudou na atmosfera, o ar pesava de novo, a brisa se desfez. Esperou e esperou. De tanto esperar se cansou, e foi atrás, meteu a cara e procurou a resposta.
Caiu diretamente no chão, machucando a si mesma gravemente. Sangrou, ali, tudo que tinha pra sangrar. Gostava da sensação de vazio que ia tomando conta dela, era quase um alívio imediato, mas no meio desse deleite sentiu o coração pesando, e doendo de tão pesado, de tanta coisa que tinha ali guardado, preso.
E a única coisa que pensava era em como fazer para o ritmo voltar e ela poder continuar a dança.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Confissão Imáginária

Com movimentos lentos, sentou-se ao lado do telefone e o pegou sem pressa alguma. Discou os numeros, delicadamente.

-Alô.

-Oi.

-Ah, você! Oi.

-Como é que tá por aí?

- Tranquilo. Mesmo de sempre. Nada de novo.

-Sei.

-E aí?

-Bem. (...) Eu estou bem feliz, sabe? De verdade. Pareço até uma criança boba que se alegra com qualquer careta. Andei pensando um bocado sobre essa felicidade que me pegou de jeito. Ela tem muitos motivos, viu.

-Ah, bom saber então! Eu não tenho motivo pra estar feliz não. Só no 'keep walking' aqui.

-É, né. Foi por isso que te liguei. Será que você consegue me ouvir e ver se eu estou exageradamente feliz, ou se é felicidade mesmo?

-Manda bala.

-Tá tudo uma maravilha lá no trampo. Cada dia tem uma notícia melhor, a coisa tá realmente indo pra frente, sabe? A gente é bom no que faz, a repercursão é boa.

-Hum.

- Tô super bem com o pessoal. A gente criou um companherismo que é novidade para mim. A gente aceita os defeitos uns dos outros, porque aconteceu com a gente também. Parece que tá todo mundo aceitando que é humano por aqui, precisa ver. Esses dias a gente chegou eram umas quatro da manhã aqui em casa. Rolou maior conversa bacana. Não quero esquecer essa conversa.

-Pô, que bom.

-Eu conheci um cara muito legal. Parece até que é de mentira, sabe? Tinha até esquecido como é bom acordar com mensagens de bom dia. Faz realmente o dia ser bom. E foi tudo muito rápido, é intenso do jeito que eu gosto. Bom, vocês vão se conhecer, aí você vai ver.

-Certo, só marcar.

-Esse lugar novo, é fantástico. Como o ambiente muda o humor, cara. Tem que ver como é gostoso aqui. Tá sem defeito algum. Não vejo nadinha errado.

-Good vibration total, hein?!

-Não é? Fico até sem saber como reagir. Fico meio histérica.

-Ah mas cê sabe o que é né? É aquela coisa que acontece. Tipo um alinhamento, manja? As coisas se alinharam pra ti. E toda essa coisa de energia. Coisa boa atrai coisa boa. E atração rola nas coisas pequenas, não é aquela coisa babaca de ficar escrevendo um pedido trinta mil vezes num caderninho de wish list. E querer e correr atrás. Você é boa nisso.
-Sério que é isso que você pensa? É isso que eu penso também. É engraçado né. Felicidade tem mania de parecer fake. Aquela coisa de ser bom de mais pra ser verdade.

-É plenitude.

-Será que dura?

-Ah, dura sim.

-Vamos ver, né. Pô, tava até pensando em comprar um peixe.

-Por quê?

-Sei lá, sempre quis ter um peixe. Dois, na verdade.

-Peixes são tão distantes. Não entendo peixe como pet.

-Ah, sabe o que mais? Tô conseguindo ler e estudar de novo. Só coisa boa, bicho.

-É a harmonia.

-Os hippies estavam certos.

-Os hippies? Certos em quê?

-Essa coisa de paz. Estou em paz.

-Ah, não é? Cê tá me contagiando, viu.

-Tá fazendo o que?

-Tô vendo um filme. Um do Woody Allen. O cara me fascina cada vez mais, um dia vou escrever diálogos como ele. E não vai demorar.

-Vamos beber uma cerveja? Termina de ver o filme aí enquanto eu me arrumo. Te encontro aí na sua casa e a gente vê onde a gente pode ir. Fiz a maior confissão agora, quero saber um pouco da tua vida também.

-Vamos. Não tenho muita coisa pra contar não, mas a gente joga conversa fora, sim.

-Fechou. Até daqui a pouco então.

-Até.

Esperou ele desligar. Ouviu o tuu-tuu do telefone, levantou, aumentou o som e se trocou, sentindo cada pedaço de tecido deslizar, a brisa leve que corria pelas janelas atravessando o corpo, muita luz em todos os lados.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Espiral?

E eu tenho esse pensamento que de tão macabro e tão horroroso eu não consigo compartilhar com ninguém. No primeiro dia que ele surgiu, eu pensei: ''Nossa, faz sentido!''
Agora já se tornou o sentido. Tão perigoso.

sábado, 23 de outubro de 2010

Oi. Eu tentei te ligar, mas você não atendeu. É que eu preciso falar agora, sabe. Falar sem rodeios, sinceramente, como eu só converso com você. Mas você não me atende. Eu estou pensando sobre aquele professor. É tão chocante, não acha?! Ah, não me venha com ironias. Já não suporto mais ironias, elas já não são engraçadas. Não sei... só queria dizer que está tudo bem mesmo, não tenho grandes eventos além dos meus grandes eventos, pequenas sincronias aqui e ali, nada de cair pra trás, nada como a história desse professor. EU estava ouvindo Mutantes hoje, lembrei de você, por isso quis te ligar. Queria conversar com você sobre os Mutantes de novo. Conversar sobre qualquer coisa, conversar. Sinceramente, sem rodeios. Ninguém é sincero, nunca. Nós também não somos sinceros. Acho que só me sinto à vontade com você. Um pouco, nem tanto, as vezes você é arrogante. Deve ser coisa de homem. Mas me conta, como anda da sua vida. Desponta aquele teu tom de voz e olha pro horizonte pra contar que está tudo na mesma. Que o tempo passa, mas nada muda. Têm um quê de poético nesse seu jeito de contar sobre sua vida, eu gosto. Gosto quando as pessoas confiam em mim e me contam seus segredos. Principalmente quando eles parecem ser só pra mim, principalmente quando você quer falar, e não eu ter que perguntar. Conta da sua mãe. Sua avó. Conta dos seus planos pro futuro, conta alguma teoria nova sobre a vida. E a solidão, na mesma? A minha não mudou, não. Nada muda. Só os nossos corpos estão envelhecendo, me parece que você engordou. Olhei numa foto. Eu assisti um filme esses dias, e ele era um daqueles filmes muito bons, que me faz abandonar a técnica e esquecer tudo, sabe? Eu até tive vontade de chorar, mas, bom, você sabe como eu sou. Mas assista esse filme. Lembra daquela teoria que a gente falava, de que só existem vinte pessoas no mundo, o resto é coadjuvante? Voltei a pensar nela, uns casos que te conto com mais detalhes depois. Hahaha, o amor? Poxa, porque você não me atende? Não tenho tempo pra amor. Minha mãe me chamou de surda, de apressada. Disse algum provérbio com bois e cavalos, mas não prestei tanta atenção. Você não me entende?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sensorial

São tantas coisas na cabeça; informações, pessoas, casos e mais casos, dúvidas, discussões, notícias, obrigações. É uma grandeza infinita, nunca para. É bonito, viu.
Pega na cauda desse cometa, e se joga. Não se permita pequenices, não se apegue à tolices, é um desperdício de si mesma, ok?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre momento ou Diálogo Imaginário

Questionou a cara de paisagem.
-Que está pensando?
-Adivinha só?! Estou lembrando, como sempre.
-Assim imaginei.
-Sinto um pequeno conforto em lembrar. As lembranças a gente só pondera, não muda. O desconforto do presente não existe no que acabou.
-Compreendo. Mas pense um pouco mais, este momento está sendo perdido.
Olhos confusos.
- Acorda. Não perca esse momento. É preciso acabar com essa tristeza.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Um pouco mais de razão pra quebrar mais alguns corações.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Por favor,

não faça de novo. Não me pegue de surpresa, vulnerável, deixa eu me proteger antes de você chegar, deixa eu lembrar que eu esqueci, não posso permitir que entre numa noite de quinta desse jeito, não assopre o meu muro como se ele fosse de areia, não entre nos meus sonhos como se você fosse parte de mim, ainda.

Por favor.

sábado, 7 de agosto de 2010

Momento Hawaí

A diferença é o que temos em comum.

...


Nós dois temos os mesmo defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos.

domingo, 1 de agosto de 2010

What have we found?
The same old fears
-Sabe do que eu tenho medo?
-Hum?!
-...
-oi?
-...
 

 ...
 


-Eu te contei um monte de coisa, me sinto vulnerável.O que você pensa?
-Eu tenho o mesmo medo.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sobre tudo aquilo que não quero lembrar ou "Shine on you, Crazy Diamond"

Porque já cansei de lembrar, cansei de esquecer. Não quero saber dos dias, quentes ou frios, não quero saber se foi bom ou não, não quero saber se acabou ou não. Quero uma pausa, um longo confortably numb. Quero nunca mais precisar saber, nunca querer entender.
E se você cruzar comigo por acaso, não me pergunte, não vamos falar disso não. O que foi morto, há de permanecer enterrado, com todo o peso que se carrega com tanta terra jogada por cima. Permanecerá mudo e sutilmente, ocupará aquele pequeno espaço que lhe restou, num canto esquecido e empoeirado, um arquivo qualquer entre tantos.

domingo, 4 de julho de 2010

Doze horas



(pensei que este dia não podia passar em branco. Sendo a pessoa prática que eu tento ser e vendo tudo friamente, nada de mais, mas bom... eu não sou assim, né? Então, vamos à mais uma visão deturpada de um dia de domingo: )

Que delícia é acordar depois de dormir três horas, depois de ter dormido mal a semana inteira. Que delícia é acordar com um amigo para falar bom dia, comentar sobre o dia anterior, trocar uns comentários sobre nosso futuro dia. Pois bem, fiz um almoço desses bem mamãe, diga-se de passagem que adoro ter tempo para cozinhar, encaro como arte também, picar cebolas, medir o tempero... não é para qualquer um!
E bom, vamos nos arrumar, logo teremos visitas. Me arrumar também é uma arte. Antes não era, mas depois que minha mãe me bombardeou com a crise dela de “minha filha não tem roupas”, ficou bem difícil, um paradoxo que enfrento todos os dias. Pois bem, mal terminei de me vestir, estou ainda colocando os tênis quando chega o amigo distante. Saímos para conversar e tomar uma cerveja logo ali, aqui perto não dá, as pessoas achariam estranho nos ver juntos, vamos para um lugar menos óbvio. Vamos conversar, fala sobre nada, falar sobre músicas que é o meu assunto preferido contigo, vamos ser mais diretos.
            Adoro ser direta.
Logo que me despedi do amigo distante, liguei para a amiga distante, e passamos uma hora inteira dando risada e falando besteiras, como se só estivéssemos dois fins de semana sem botar o assunto em dia. Estas coisas me fazem sentir que é de verdade.
E assim que desligo com ela, meu celular toca, oba, vamos ao teatro, vamos ver o pessoal do trabalho.
Mais uma vez aquele processo de me vestir, e assim que termino, alguém estaciona do lado de fora de casa, mais uma assombração, perdoe por te chamar assim, mas foi algo assim. Tal assombração fica comigo por uns quinze minutos, e foi uma avalanche, uma porção de tapas na cara, vomitou várias verdades e se foi. Era para eu ter te encontrado depois do teatro, mas me perdoe, não deu.
E eis que chego no teatro atrasada. A peça já havia acontecido, mas o que valeu foi a intenção. Olhei para a cara do professor adorado, e ele não pensou duas vezes: agora a gente vai beber em casa! Adoro este sujeito, prático e direto!
E lá fomos nós, conversamos sobre as bizarrices que nos envolvem, fizemos planos para o futuro, bebemos um vinho e comi sua deliciosa torta, descobri mais dois que adoram pizza de atum, e me deixou feliz.
Vou para casa, antes que não tenha mais ônibus, e quando sento no ônibus, vem aquela pequena avalanche de pensamentos...: Mas que dia!
Sentei aqui na cadeira do computador, peguei um cigarro e pensei: Não foi um dia qualquer, foi um daqueles dias que merecem ser lembrados. Pessoas que amo envolvidas, numa oportunidade única, em um dia só. Como já diz um filme, poucos serão os dias que vamos nos lembrar. A maioria são dias rotineiros, que acabam, e ficam por isso mesmo. Mas hoje, hoje eu quero levar comigo para sempre, sempre poder sentar numa cadeira confortável, fumar um cigarro e pensar...: Que dia!

sábado, 26 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Junho, vigésimo primeiro.


Ela olhou profundamente dentro dos meus olhos e não disse nada, mas eu entendi. Eu estava confuso com aquela situação, queria explicar que não sabia o que fazer, mas ela não entenderia, não queria entender, ela queria do jeito dela, como sempre. Queria dizer para ela que ia ficar tudo bem, que era fase, coisa passageira, mas não conseguia gaguejar nenhuma palavra, e foi quando ela começou a chorar, e vi na minha frente uma criança, fui partindo para o desespero, vi que era uma criança também, que chora quando a mãe chora, sem entender muito porquê, coisas bonitas da vida.
Disse para ela esquecer, e ela me fitou pausadamente, vi toda a cólera no rosto dela, e senti a culpa que ela queria que eu sentisse. Eu só não sei o que fazer, querida, você sabe que eu nunca fui bom com isso, eu queria dizer, mas ia ficando cada vez mais incômodo. Ela me disse: Por favor, tira esse azedume do meu peito, e com respeito trate minha dor. E eu pensei porque ela parafraseia tanto, porque não consegue usar suas próprias palavras, senti que ela não queria se livrar daquilo e sim que eu a livrasse de tal, e não segurei, disse: Não posso fazer nada, foi quando algo mudou na expressão dela, eu sorri de desespero, vi a esperança das lágrimas dela escorrendo, bochecha por bochecha, lágrima por lágrima. Leva esse sorriso falso embora, ou fale agora que entendes meu penar, Não querida, não há o que fazer.Eu não sei o que fazer, por favor, por favor, vamos ficar bem, esquece isso, não força a situação, deixa pra lá, let it go, Não quero, não sei, vamos discutir, vamos ver no que dá, não gosto do abandono, não sei desistir, dai-me  outro viés de ilusão, pois meu sorriso tu não compras mais com o teu olhar. Você não entende, estou bem, quem não está é você, é só você esquecer e bola pra frente, para de bater na mesma tecla, para de ser burra, você está sendo burra. Não me cobre inteligência, não me cobre racionalidade, gosto de ser humano, gosto de sentir. Mas então eu exliquei: Então, a usura que um dia sufocou minha alegria,
há de ser o que morreu.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Thinking about you



Essa música está me enlouquecendo.

I'll never make it alone

-If I fell in love with you
Would you promise to be true

-Oh, darling.
Please believe me.
I'll never do you no harm.

-And help me understand
'cause I've been in love before
And I found that love was more
Than just holding hands

-Believe me when I tell you,
I'll never do you no harm.

-If I give my heart to you
I must be sure
From the very start
That you would love me more than her

-Oh, darling.
If you leave me,
I'll never make it alone.
Believe me when I beg you,
Don't ever leave me alone.

-If I trust in you, oh please
Don't run and hide

-Don't ever leave me alone.

-If I love you too, oh please
Don't hurt my pride like her
'cause I couldn't stand the pain
And I would be sad if our new love was in vain

-When you told me
You didn't need me anymore,
Well, you know, I nearly
Broke down and cried.
When you told me
You didn't need me anymore,
Well, you know, I nearly
Broke down and died.

-So I hope you see that I
Would love to love you
If I fell in love with you

-Oh, believe me, darling.
Oh, darling.
Please believe me.
I'll never let you down.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

É,

Eu nunca mais tomei leite com mel.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Além Alma - Arnaldo Antunes

Meu coração lá de longe
faz sinal que quer voltar.
Já no peito trago em bronze:
Não tem vaga nem lugar.


Pra que me serve um negócio
que não cessa de bater?
Mais me parece um relógio
que acaba de enlouquecer.


Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bem assim,
e o vazio que vai lá fora
cai macio dentro de mim?